Sou grande fã de M. Night Shyamalan. Ele faz parte da meu trio de diretores favoritos, que tem ainda os brilhantes J.J.Abrams e Joss Whedon. Ter a oportunidade de falar com ele hoje em sua visita ao Brasil foi um presente daqueles. Shyamalan esteve aqui para divulgar seu novo filme, Fragmentado, que estreia na próxima quinta (23). É sua volta ao clube dos 100 milhões, já que é o seu quinto filme a ultrapassar a barreira dos 100 milhões de dólares nos Estados Unidos – ou sexto, se você contar com a inflação no caso de Corpo Fechado. É também sua volta por cima depois de desastres como Depois da Terra.
Ele já vinha dando sinais de recuperação com o interessante A Visita, que está sendo exibido atualmente na TV por assinatura. Mas com Fragmentado é diferente. Aqui ele conta a história de Kevin (James McAvoy), um homem com 23 (ou 24!!) personalidades, que sequestra três jovens já nos primeiros minutos do filme. Demora um pouco para ficar claro qual o objetivo dele com esse ato. E com isso, como o próprio diretor ressaltou, o filme passa por várias fases e gêneros, do o terror ao suspense psicológico até…
Entrar muito em detalhes pode estragar o suspense. Shyamalan é conhecido por suas reviravoltas finais. Aqui não há bem uma reviravolta, mas sim uma surpresa boa, um presente para os fãs de seus filmes. Por isso, como sugestão, dê uma olhada em seus outros trabalhos como diretor antes de assistir Fragmentado. Pode deixar de fora Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra. Não vai fazer a menor diferença.
Obviamente, como sempre, personagens com múltiplas personalidades são feitos para os atores brilharem. Gente como Sally Field e Joanne Woodward ganharam prêmios por atuações assim. Já posso dizer que James McAvoy, um ator que eu adoro e que muitas vezes não tem o reconhecimento que merece, tem uma das melhores interpretações do ano. Será uma injustiça se não for lembrado na temporada de premiações. Mas ele não está sozinho. Anna Taylor-Joy, que já tinha sido elogiada em A Bruxa, também está fenomenal aqui como a mais esperta das vítimas. Uma de suas cenas, com uma policial, foi a que mais mexeu comigo no filme.
Como produção, não é o melhor do diretor – meu preferido ainda continua sendo Corpo Fechado, mas eu também adoro A Vila e A Dama na Água – mas com certeza, vai deixar a maioria bem tensa. Só que o melhor de tudo é perceber que Shyamalan voltou às suas raízes. E prepare-se, porque Fragmentado é parte de uma trilogia. Oba, bem-vindo, diretor!