Muita gente reclama que o Oscar é uma cerimônia sem fim. Mas talvez não saiba, ou não se lembre, como as coisas eram nos anos 80. Naquele tempo, o evento tinha vários números musicais, alguns que não tinham absolutamente coisa alguma a ver com os filmes indicados, ou mesmo com datas especiais. Em 1989, pode se dizer que foi o ápice dessa coisa um tanto nonsense que rondava a entrega do Oscar. Afinal, foi nesse ano que houve aquele momento “vergonha alheia”, com o número musical de Rob Lowe, com Branca de Neve. Entrou para a história como o pior momento musical de todos os Oscars, mas vale para ver gente como Tom Hanks, Michael Douglas, Sigourney Weaver e, sim, Robert Downey Jr. na plateia.
Mas não foi só isso! A Entertainment Weekly relembrou um outro número musical hoje, que também foi exibido naquela noite. Depois de introduções infindáveis de Walter Matthau e de Bob Hope & Lucille Ball (ótimos), foi apresentado um número de nove minutos (as TV’s de hoje iriam a loucura com isso) com os “Astros de Amanhã”, com uma música original de Marvin Hamlisch e Fred Ebb, e 19 atores coreografados por Kenny Ortega. Entre eles, algumas figuras que ficaram conhecidas até hoje e outras que foram totalmente relegadas ao esquecimento. Patrick Dempsey (sim, o astro de Grey’s Anatomy, com 22 aninhos, e dançando), Ricki Lake, Blair Underwood, Christian Slater, Corey Parker, Corey Feldman, D.A. Pauley, Savion Glover, Matt Lattanzi e Chad Lowe. Além deles, ainda tinham filhos de astros de Hollywood, como Joely e Tricia Leigh Fisher (filhas de Eddie Fisher e Connie Stevens), Keith Coogan (neto de Jackie Coogan), Carrie Hamilton (filha de Carol Burnett),Tracy Nelson (filha de Ricky Nelson), Melora Hardin (filha de Jerry Hardin), Holly Robinson (filha de Matt Robinson), Tyrone Power Jr, Patrick O’Neal Jr.. Obviamente, foram poucos os “astros de amanhã” que realmente se tornaram astros, e nenhum deles sequer chegou perto de ganhar um Oscar.
Sim, a gente sabe que os anos 80 foram bregas, mas isso foi um horror. O triste dessa história é que Alan Carr, que foi produtor de Grease, e foi também o produtor do evento, se tornou uma pária em Hollywood depois daquela noite. Nunca mais conseguiu trabalho e morreu dez anos depois.