Faz muito tempo que uma festa do Oscar não levanta tanta controvérsia e fofoca antes e durante a cerimônia (depois também,claro – para isso que estamos aqui). Para começar, o filme que levou 7 estatuetas, Gravidade, não foi considerado o vencedor da noite. Ele foi aquele que levou apenas 3, 12 anos de Escravidão: filme, atriz coadjuvante e roteiro. Faz sentido?
Fica claro que não se premiou o cinema com o Oscar de melhor filme para 12 Anos… e sim um posicionamento político. Correto, claro, mas não cinematográfico. Mas esse é o Oscar e não é a primeira vez que isso acontece em sua história. Mas vamos aos destaques (positivos e negativos):
— Ellen De Genneres confirma que é a melhor apresentadora do Oscar (já que Hugh Jackman parece não ter interesse em voltar…). Divertida, inesperada, inteligente. Sua interação com os convidados foi divertida e não deu nem para sentir falta do número musical do início. A brincadeira do “selfie”, a foto que ela tirou com os atores mais poderosos da atualidade (mais o irmão de Lupita Nyong’o que se enfiou ali no meio…) abalou o Twitter e é o novo recorde de visualizações da história. Ela deu o tom da festa. Parecia uma reunião de amigos, com pizza e tudo. Perfeita!
– O discurso de Jared Leto foi o mais emocionante da noite. Fiquei muito surpresa que ele, que normalmente fala besteira e é engraçadinho, pudesse fazer um discurso tão tocante. Homenageou a mãe e o irmão, falou das pessoas que atravessam momentos tão difíceis em lugares como Ucrânia e Venezuela além de lembrar de todos mortos pela AIDS até hoje. Lindo (ele e o discurso), brilhante, um dos pontos altos da noite!
– O In Memoriam teve a bela surpresa para nós brasileiros da inclusão do cineasta Eduardo Coutinho. Inesperada mas muito merecida. Mas também teve falhas imperdoáveis como a não inclusão de Alain Resnais (ok, ele morreu no sábado e poderia não dar tempo), Cory Monteith (sim ,ele fez cinema e não só televisão) e Dennis Farina (que fez um filme com Bette Midler, que cantou logo depois. Muito bonita a sua apresentação, aliás). a jovem Sarah Jones que teve uma campanha especial para a inclusão de seu nome no In Memoriam, foi mostrada também. Apesar do corte rápido para os comerciais por aqui, o nome dela apareceu numa linha exibida logo após o final da apresentação de Midler. Audiência era direcionada para o site da Academia que tinha mais de 100 nomes , inclusive o de Jones.
– A homenagem a O Mágico de Oz foi muito bonita e a cantora Pink arrasou numa belíssima interpretação de Over the Rainbow. Mas ficam algumas perguntas. Por que não usar Liza(e até sua irmã Lorna) para cantar? Talvez porque precisassem de uma cantora com maior apelo ao público jovem. Mas ficou estranhou ver os três filhos de Judy Garland lá sentados sem fazer absolutamente nada durante a homenagem. Outra pergunta é por que homenagear somente O Mágico de Oz quando outros grandes clássicos do cinema também completam 75 anos de lançamento este ano? Afinal 1939 foi considerado o melhor ano do cinema com produções como E o Vento Levou, No tempo das Diligências, Vitória Amarga, O Morro dos Ventos Uivantes, Ninotchka, Adeus Mr. Chips, entre outros. Só perguntando…
– Todos os números musicais das canções indicadas foram muito bons. Idina Menzel, inicialmente nervosa, arrasou interpretando a música vencedora Let it Go, de Frozen – Uma Aventura Congelante. Pharrell Williams e seu guarda-roupa sui generis também foi ótimo descendo do palco para dançar com Lupita, Meryl Streep (!) e Amy Adams enquanto interpretava a música Happy, de Meu Malvado Favorito 2.
– John Travolta deu o fora da noite. Ao apresentar Idina Menzel, ele se confundiu todo e a chamou de Adela Dazeem (tinha que ter levado os óculos , sr. sessentão! Rs). É claro que virou piada na internet. Chegaram até a criar um twitter com o nome de Adela Dazeem. O povo se diverte…
– Muito feliz por vê-los mas triste de ver como estão. Kim Novak fez brincadeiras por apresentar um dos prêmios ao lado de Matthew McConaughey, mas com uma plástica bem mal-feita, ela tinha dificuldades para sorrir e até de falar.Já Angelina Jolie teve que amparar Sidney Poitier até o microfone para que eles pudessem entregar o prêmio de melhor diretor. E na hora de anunciar o vencedor, ele obviamente não conseguia enxergar. Ela teve que ler para ele. Triste!
– Jennifer Lawrence teve seus momentos muito divertidos na festa, como sempre. Já começou na chegada, quando logo ao sair do carro, levou um tropeção e caiu, confirmando uma tradição de quedas na festa do Oscar. Depois na hora do selfie com Ellen De Genneres fez piada com o fato de estar sentada no colo de Meryl Streep. E terminou brincando com Ellen e/ou Jared Leto que riam dela dizendo que ela iria cair novamente.
– A bela homenagem que Bill Murray fez a seu amigo e colaborador. Ao apresentar o prêmio de melhor fotografia, após anunciar os indicados ao lado de Amy Adams, Bill anunciou: “Ah, nós esquecemos um. Harold Ramis por Clube dos PIlantras, Os Caça-Fantasmas e Feitiço do Tempo!” Simples e bela homenagem que não estava no roteiro!
A seguir, você pode ver os vencedores da noite de ontem. Foi divertida!
Gravidade
Efeitos Visuais
Edição de Som
Mixagem de Som
Fotografia
Montagem
Trilha Sonora
Diretor: Alfonso Cuarón
Clube de Compras Dallas
Ator: Matthew McConaughey
Ator Coadjuvante – Jared Leto
Maquiagem e Cabelo
12 Anos de Escravidão
Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o
Filme
Roteiro adaptado
Frozen – Uma Aventura Congelante
Animação
Canção Original
O Grande Gastsby
Figurino
Direção de Arte
Blue Jasmine
Melhor Atriz: Cate Blanchett
Ela
Roteiro Original
A Grande Beleza
Filme Estrangeiro
Mr. Hublot
Animação em Curta-Metragem
Helium
Curta-Metragem
The Lady in Number 6: Music Saved My Life
Documentário em Curta-Metragem
A um Passo do Estrelato
Documentário em Longa-Metragem
Eduardo Pepe
3 de março de 2014 às 7:16 pm
A cerimônia foi ótima, bem mais fluída e divertida que o habitual. E os resultados foram minimamente merecidos. Não teve nehuma Gwen Paltrow esse ano. Ellen arrasou, muito melhor que a apelão do ano passado.
Liliane Coelho
3 de março de 2014 às 7:18 pm
Eu concordo com a divisão Gravidade (prêmios técnicos e direção) e 12 Anos (Filme e roteiro adaptado), porque Gravidade é, sobretudo, forma, como foi feito, já 12 Anos é o impacto como um todo, com uma mensagem.
walter sagardoy
4 de março de 2014 às 1:58 pm
Não entendo a “pegação no pé” na Gwyneth Paltrow.
É feia? Não!.
É má cantora? Também, não.
É má atriz? Claro que não!
Ela tem culpa de ter vencido Cate Blanchett, Meryl Streep e a nossa Fernanda Montenegro (olha o bairrismo, “críticos de plantão”) no já longuínquo 1998.
Vamos esquecer a Paltrow e partir para outra….
Liliane Coelho
4 de março de 2014 às 10:45 pm
A culpa pode não ter sido toda dela, mas ela bem que poderia ter falado com os produtores da Weinstein Company para não fazerem lobby para ela. E ela ganhar foi um marco, porque ganhou simplesmente a pior das indicadas. Meryl Streep, Emily Watson, Cate Blanchett e Fernanda Montenegro estão mais que uma escadaria romana acima delas.
alfie
5 de março de 2014 às 12:06 am
Concordo com a Liliane. E não é bairrismo, não, a Fernanda estava demais, já tinha ganho prêmio no Festival de Berlim por essa atuação. Fernanda é uma das melhores atrizes do planeta, ela é sublime tanto em comercial das Casas Pernambucanas como em Central do Brasil e na série Doce de Mãe que lhe deu o Emmy Internacional. Dá de dez a zero na Gwyneth, cuja mãe, Blyth Donner (é assim?), é uma grande atriz
Eliane
5 de março de 2014 às 12:40 am
O nome da mãe de Gwyneth é Blythe Danner, Alfie!
walter sagardoy
24 de março de 2014 às 1:47 am
Liliane
O lobby em Hollywood corre solto em quase todas as categorias… Além de executivos, produtores, diretores, atores e roteiristas, a indústria do cinema se sustenta historicamente em DINHEIRO, LOBBY, EGO, TRAPAÇA. Os expedientes de divulgação e convencimento dos votantes inclui viagens, sessões exclusivas e, não raro, mensagens anônimas e acusações sujas. No ano da Gwyneth Paltrow, não foi a primeira vez e nem a última…