A primeira temporada de The Umbrella Academy, lançada no início do ano passado na Netflix, não me empolgou. Achei que alternava momentos brilhantes com muito bla-bla-bla, com uma história que poderia ser contada em 5 episódios, em vez de 10. Mas, de qualquer maneira, a ideia de uma viagem no tempo, onde é possível mudar fatos importantes da história, me fez dar uma chance à segunda temporada. E foi uma decisão que valeu a pena. Em seu segundo ano, The Umbrella Academy ficou maior, mais divertida, e com alternativas históricas bem interessantes.
Tudo começa imediatamente após os acontecimentos finais da primeira temporada. Só que, ao fugir do apocalipse nos dias de hoje, os irmãos chegam em momentos diferentes dos anos 60, mas todos estão em Dallas, antes do assassinato do presidente John Kennedy. O último a chegar é o Número 5, que logo descobre que um novo apocalipse vai ocorrer. Então, cabe a ele encontrar os irmãos, reuni-los, e , novamente, impedir o fim do mundo. Tudo isso, é claro, sem fazer grandes mudanças que possam vir a afetar o futuro.
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A crítica
Felizmente, o showrunner Steve Blackman melhorou muito o ritmo da história nesse segundo ano. Sem a necessidade de apresentar todo mundo, o que é sempre um problema em histórias de origem, ele pôde se concentrar mais na dinâmica entre os irmãos. Também não perdeu tempo explicando muito o mistério central. Nessa temporada, cada um dos irmãos tem o seu momento para brilhar. Allison (Emmy Raver-Lampman) e Diego (David Castañeda) acabam tendo as histórias mais bem acabadas e interessantes. Allison agora está casada com um militante do movimento negro. Já Diego, que foi parar num sanatório acaba se envolvendo com uma outra paciente, Lila ( a ótima Ritu Arya) .
Vanya (Ellen Page) continua chatinha – para mim é o personagem mais dispensável – com uma nova história, sem memória, em uma fazenda. Já Klaus (Robert Sheehan) continua com as histórias mais absurdas, a um passo do ridículo. Mas tem uma continuidade da história, e acaba se tornando um líder de uma seita improvável. Até mesmo Ben ( Ethan Hwang ) , que era pouco importante na primeira temporada, mas torna-se chave nessa segunda. Eu gosto muito do personagem Luther (Tom Hopper), mas ele acaba sendo o que menos têm chances nessa temporada. Tornou-se um lutador, trabalhando para um máfia local, e tem um bom momento quando descobre que Allison, seu grande amor, se casou. E, é claro, o Número 5 (Aidan Gallagher), o grande líder, sempre ligadíssimo em tudo o que acontece.
Os vilões
Os novos vilões são 3 irmãos suecos, mas a série ainda traz bons personagens, como o pai (com uma ótima revelação), e, é claro, The Handler. Kate Walsh repete seu grande momento totalmente enloquecida, e com um figurino ma-ra-vi-lho-so. A trilha sonora, um dos pontos altos da primeira temporada, continua incrível, totalmente em sintonia com a ação e a época. Claro, há problemas, especialmente nos episódios finais. Entretanto, a segunda temporada, funciona, com alguns momentos brilhantes. Preste atenção em algumas das cenas de luta, são ótimas.
E agora?
A segunda temporada já deixa a porta escancarada para uma terceira. Pouco provável que ela não aconteça, apesar de não ter sido oficialmente confirmada. Segundo Steve Blackman, caso a The Umbrella Academy seja renovada, o tema da terceira temporada será “quem somos nós? De onde viemos? O que somos nós como super-heróis?”. É esperar para ver…