Logo que estreou, fiquei bem interessada em A Cozinheira de Castamar. Adoro essas histórias de época europeias, como La Templanza, da Amazon Prime. Mas, como é normal, acabaram entrando outras prioridades na frente, e eu não vi. Mas meu amigo José Augusto Paulo assistiu e mandou a análise da história e da produção. Parece muito boa!!!
A Cozinheira de Castamar
Eu sempre achei o século XVIII interessante, do ponto de vista histórico. Também no desenvolvimento das artes, da moda, do pensamento filosófico, etc. Trouxe claridade a ambientes internos assim com as artes. E também provocou mudanças suficientes para ser o século de revoluções e insurreições históricas. Portanto foi inevitável meu interesse nessa serie espanhola. É sobre uma cozinheira que sofre de agorafobia (distúrbio de ansiedade). Ela é feita pela belíssima Michelle Jenner, que fez a minissérie Isabel (Claro Vídeo) Ela vai trabalhar no palácio de um Duque (o competente Roberto Enriquez), em plena Espanha de 1720.
A serie é baseada no livro de Fernando J. Múñez que foi sucesso de venda há uns anos atrás. Tudo acontece nesse palácio, a pouca distancia de Madri. O período se passa nos tempos de Filipe V e logo apás a Guerra da Sucessão Espanhola. Alguns personagens são verídicos e foram bem descritos. É o caso de Felipe V e sua instabilidade mental, com a segunda esposa que o controlaria cada vez mais. Mas uma boa parte é fictícia. Isso inclui o Duque de Castamar, que em dado moment é chamado para ser Secretario do Conselho de Filipe V. Só para informar, o cargo existia, mas não o Ducado de Castamar.
O Duque e a Cozinheira
O Duque perdera sua amada Alba anos atrás tragicamente, quando Clara vem trabalhar em sua casa. Por um desses acidentes do destino se torna cozinheira e das boas. Muito do que relata sobre a vida tem seus paralelos com a culinária. Enquanto isso, a mãe e os amigos do Duque querem casá-lo outra vez. Assim poderiam garantir um herdeiro para Castamar. Nesse momento, há também uma trama de falso amigos, que envolve suborno, e outros crimes piores.
A constelação ao redor do Duque é interessante por não ser sempre o que consideraríamos tipico para a época. O Duque tem um irmão adotado que é um ex-escravo. Um de seus amigos tem um caso homossexual tórrido. Isso sem contar Duque parece ter uma preocupação com a natureza e o meio ambiente (em parte repartido com a cozinheira). Tal sentimento parece ser algo mais moderno do que antigo. Ha também pequenas falhas na menção de músicos e compositores. Estes não eram tão conhecidos na época quanto a trama nos leva a crer.
E a produção?
Fora isso a produção é caprichada. Há um bom esforço em se recriar ambientes iluminados somente a vela. O uso de cores da época é correto. Visualmente criou-se ambientes típicos da Espanha de então. O efeito é bonito, ajudado por atores igualmente belos como Maxi Iglesias, Marina Gatell e Paula Usero. Quase uma Downton Abbey mas com toques de Ligações Perigosas. Boa diversão garantida e com algum suspense.