Praticamente quase ninguém publicou a notícia. Acabei sabendo hoje somente, dois dias depois, sobre a morte de Harve Bennett, aos 84 anos. Muita gente vai dizer “quem”? Eu mesma provavelmente não saberia reconhecer sua foto sem uma legenda. Mas sua importância em minha vida de maníaca por séries de TV é inegável. Ele foi o produtor de algumas daquelas que mais me marcaram quando menina: O Homem de Seis Milhões de Dólares e A Mulher Biônica, além da minissérie A um Passo da Eternidade.
Hoje em dia poucos também devem lembrar de outras séries que produziu como Mod Squad (1968), O Homem Invisível (1975), com David McCallum e seu “similar” Gemini Man (1976). Também adorava! Um de seus maiores sucessos foi a minissérie Pobre Homem Rico, que revelou Nick Nolte, e pelo qual foi indicado ao Emmy de melhor série limitada, como era a denominação na época. O prêmio veio em 1982 com o filme para a TV Golda, onde Ingrid Bergman fazia a primeira –ministra de Israel, Golda Meir.
Alguns anos depois, ele resolveu começar a produzir para o cinema. Mas como sempre, a influência da TV estava presente. Ele assistiu todos os episódios da série clássica de Jornada nas Estrelas quando resolveu ser o produtor executivo de Jornada nas Estrelas II – A Ira de Khan, em 1982. Seguiram-se Jornada nas Estrelas III – À Procura de Spock (1984), Jornada nas Estrelas IV – A Volta para Casa (1986) e Jornada nas Estrelas V – A Última Fronteira (1989), onde neste último chegou a fazer um participação como ator, como o Comandante Robert Bennett. Sobre esse período, ele disse: “quando você vai a um lugar onde nenhum homem jamais esteve, tem que construir e então isso começa a ficar caro”. Apenas alguns dias depois de seu amigo Leonard Nimoy, a perda de Harve Bennett é mais um momento triste para os fãs de Jornada nas Estrelas.
Na pesquisa para este texto descobri mais uma coisa sobre Harve Bennett. Na abertura de O Homem de Seis Milhões de Dólares, é dele a voz original que diz o texto clássico “Steve Austin, astronauta. Um homem semi-morto. Senhores, nós podemos reconstruí-lo. Temos a capacidade técnica para fazer o primeiro homem biônico do mundo. Steve Austin será esse homem. Muito melhor do que era antes. Melhor, mais forte, mais rápido.”
Para nós, sua voz e seu trabalho ficarão para sempre na memória.