Sempre foi uma tarefa estranha ver o olhar das pessoas quando eu dizia que Buffy – A Caça-Vampiros era (e é) uma de minhas séries favoritas da história. As pessoas sempre ficam com aquele ar meio condescendente de quem diz “e ela acha que entende disso…”. Já me acostumei com esse preconceito (com Glee é a mesma coisa). Afinal, Buffy, criada pelo gênio Joss Whedon, é muito mais do que uma loira pequena e magrinha que lutava com vampiros e outros monstros que apareciam durante suas sete temporadas. Hoje, exatos 20 anos depois de sua estreia nos Estados Unidos neste dia 10, Buffy continua extremamente atual (bem…menos os figurinos e penteados).
Isso porque há 20 anos, Joss queria homenagear as garotas que acabavam sempre morrendo nos filmes de terror. Não conseguiu com o longa estrelado por Kristy Swanson, de 1992, que foi um fracasso, devido à interferência dos produtores. Mas o fez brilhantemente com a série em uma longa e elogiada carreira na TV. Buffy Summers (Sarah Michelle Gellar) era a escolhida. A cada geração, uma jovem será responsável por defender o mundo das forças do mal: vampiros, demônios, bruxas, maus espíritos, e até de Drácula. Só que Buffy é diferente. Paralelamente aos serus serviços de caça-vampiros, ela também tenta levar um vida normal na escola ao lado de seu amigos, que se auto denominam scoobies, e também se apaixonado elo cara errado e mais velho, Angel. Na verdade bem mais velho, aproximadamente uns 120 anos e também um vampiro… Mas ainda assim, lindo, misterioso e apaixonante!
O diferencial é que os conflitos com monstros e vampiros representavam problemas reais do dia a dia dos jovens da época, falando a linguagem deles com humor e emoção. Sabia que Buffy foi provavelmente a primeira série onde um personagem disse a frase “vamos dar um google?”? Que o grupo dos scoobies sempre aceitava quem era diferente? Que ela foi a primeira a mostrar um romance entre duas mulheres, inclusive com beijo? Que mostrou exatamente como uma garota se sente quando no dia seguinte de sua primeira vez, seu namorado a trata com frieza (no caso de Angel ele tinha perdido a alma depois de um momento de suprema felicidade por causa da maldição de uma cigana, mas…)
Buffy teve episódios brilhantes – o meu favorito, assim como o de Joss Whedon, é Surprise da 2ª temporada: Hush , na 4ª temporada, com os personagens mais aterrorizantes que já vi na vida; o primeiro episódio de Halloween na 2ª temporada; o mais triste dos momentos em Becoming: Parte 2 (2ª); The Prom (3ª), que foi o que mais me emocionou: The Body e Forever (5ª), que falam da perda de um ente querido; e, é claro, o impressionante episódio musical, Once More, with Feeling (6ª).
Buffy tinha ainda personagens maravilhosos, um roteiro inteligente, divertido. Sabia fazer um mix de romance (como não torcer pelo amor proibido de Buffy e Angel?), ação, terror, comédia, drama. Nunca mais houve série alguma como ela. tanto que continua até hoje em quadrinhos, que coleciono. Infelizmente, seus atores nunca mais conseguiram alcançar o sucesso daquela época, com uma ou outra exceção. Continuo torcendo por eles, que fizeram lindamente personagens que foram tão importantes numa fase de minha vida, e para quem eu olho com carinho, como se fossem aqueles amigos que você não vê há muito tempo, mas ainda adora. E, principalmente, obrigada, Joss Whedon, por todos eles:
Sarah Michelle Gellar – Buffy
É realmente uma pena que Sarah nunca tenha conseguido um papel que lhe desse a visibilidade dos tempos de Buffy. Ela fez alguns filmes que pareciam que a transformariam numa estrela de primeira grandeza como Segundas Intenções, Eu sei o que vocês fizeram no verão passado, Scooby Doo 1 e 2, O Grito. Mas nesta última década, suas duas séries, Ringer e The Crazy Ones não passaram da primeira temporada. E Segundas Intenções – a série – nem do piloto.
David Boreanaz – Angel
Depois de três temporadas de Buffy, David foi estrelar sua própria série, Angel, que durou cinco temporadas. Ao seu final, ele logo engatou um papel totalmente diferente, o detetive Seeley Booth, de Bones, que teve 12 temporadas e vai terminar agora no fim de março. Foi quem se deu melhor na história.
Alyson Hanning – Willow
A melhor amiga de Buffy, a bruxinha Willow, também teve uma boa carreira. Fez os filmes de American Pie, depois entrou na série How I met Your Mother, que durou nove temporadas, e com o seu fim, fez recentemente o papel principal de um filme para TV que era um versão de O Clube das Desquitadas. Ela se casou com Alexis Denisof, o Wesley Wyndam-Pryce, de Buffy e Angel, e os dois tem duas filhas.
Nicholas Brendon – Xander
Ele tem a história mais triste. Era bonito, bom ator, com um talento natural para a comédia, mas se deixou levar por drogas e bebida. Fez algumas participações em séries como Private Practice e Criminal Minds, mas acabava sempre se envolvendo em problemas. Atualmente faz somente produções classe C.
Charisma Carpenter – Cordelia
A garota mais popular da escola saiu da série quando houve a formatura. Foi trabalhar com Angel em Los Angeles mas saiu antes de seu final. Depois teve um papel importante em Veronica Mars, e participou dos filmes dos Mercenários (era a namorada de Jason Statham). Fez parte do elenco regular de outra série, The Lying Game e recentemente fez participações especiais em Supernatural (ao lado de James Masters, o Spike da série), Chicago PD e Lucifer.
Anthony Head – Giles
Anthony já era um ator respeitado na Inglaterra quando foi chamado para fazer o Guardião, Rupert Giles. Quando ele saiu da série, antes de seu final, voltou para lá e fez vários filmes e séries com Little Britain, As Aventuras de Merlin e até uma participação em A Dama de Ferro, com Meryl Streep. Esteve também em Warehouse 13 e Percy Jackson e o Mar de Monstros. Uma de suas filhas, Daisy Head participou recentemente dos filmes Fallen e Anjos da Noite: Guerras de Sangue.
E ainda tem mais:
James Masters – Spike
Michelle Trachtenberg – Dawn
Emma Caufield – Anya
Eliza Dushku – Faith
Seth Green – Oz
Kristine Sutherland – Joyce