Acompanho a carreira de Neil Patrick Harris há bastante tempo. Conheço o ator desde os filmes aonde ele ainda era um menino – tão bonitinho – como Tal Pai, Tal Filho (1989). Depois vieram papéis pouco prováveis em produções onde sua participação dificilmente é lembrada como Tropas Estelares (97) e Joanna D’Arc (99). Mas confesso que fiquei surpresa com a comoção (histeria mesmo) do público presente à Comic Con da última semana com a sua presença. Tudo bem, pode ser que muitos ali fossem fãs dele por causa da série How I Met Your Mother, que durou sete temporadas. Mas todo mundo gritando daquele jeito?
Neil veio ao Brasil para promover Desventuras em série, que terá sua primeira temporada com oito episódios estreando na Netflix em 13 de janeiro, que vem a ser uma sexta-feira 13. Ele será o Conde Olaf, o grande vilão da série baseada nos livros de Lemony Snicket, pseudônimo do autor Daniel Handler. O conde age sempre de maneira inescrupulosa, usando diversos disfarces, com o objetivo de colocar suas mãos de garras no dinheiro dos órfãos Baudelaire a qualquer custo. Um personagem que tinha um apelo óbvio para Neil para demonstrar sua versatilidade como ator.
Já houve uma versão para o cinema com Jim Carrey no papel de Olaf, que pretendia ser o primeiro de uma série de filmes. mas o filme foi um grande fracasso, que acabou abalando de maneira considerável a carreira de Jim Carrey. Será que Neil tem medo das críticas e comparações? Em entrevista aqui em São Paulo, ele disse : “Olaf era um desafio. E Barry Sonnenfeld (produtor e diretor) queria que ele fosse especialmente assustador, porque as crianças deveriam ter medo dele. Barry também não queria que eu visse o filme com Jim Carrey. E obviamente eu assisti (risos). Eu creio que Jim fez um bom trabalho, mas foi um pouco injusto com os atores o fato do roteiro ter colocado o conteúdo de tantos livros em um filme de somente duas horas ( as histórias de 3 livros foram usadas no filme). Na nossa Desventuras em Série, a primeira temporada abrange quatro livros em oito episódios. É possível desenvolver bem as histórias e os personagens” .
Mas uma das coisas que mais me deixou animada é que Neil disse que “haverá canto envolvido na história de Olaf”. Afinal, ele é ótimo cantando e dançando. Infelizmente nunca consegui vê-lo no teatro, especialmente em sua atuação premiada com o Tony de Hedwig and the Angry Inch, que ele fez em 2014. Mas suas atuações como apresentador de shows de premiações como o Oscar e principalmente o número de abertura do Tony, me fazem querer vê-lo soltar a voz ainda mais.
https://www.youtube.com/watch?v=apbnAHshuIM