As opções de séries da Netflix são tantas que muitas vezes você deixa alguma para trás. E só muito tempo depois, quando boa parte das pessoas já viu. É o meu caso com Mindhunter/Caçador de Mentes, que estreou no serviço no ano passado. Mas eu gosto muito de histórias de serial killers, sou fã de Jonathan Groff e de Anna Torv (Fringe), e além do mais, a série foi produzida por Charlize Theron, e por David Fincher, de Seven- Os 7 Pecados Capitais, o filme definitivo sobre o assunto, que também dirigiu os dois primeiros episódios. Não é uma série fácil, mas depois que você começou a ver, a curiosidade sobre até onde essa história pode chegar, vai fazer com que os 10 episódios sejam vistos rapidamente.
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A série é baseada em um livro chamado Mind Hunter: Inside the FBI’s Elite Serial Crime Unit, que por sua vez descreve as experiências da vida real de John Douglas, um agente especial do FBI, que foi um pioneiro no uso da psicologia para fazer perfis de assassinos durante 25 anos de trabalho, e de seu parceiro Robert K. Resslerr. A série começa com Holden Ford (Jonathan Groff), um jovem agente do FBI que é fascinado pela mente de assassinos em série, quando essa nomenclatura ainda nem existia nos anos 70. Ao formar uma dupla com Bill Tench (Holt McCallany), eles desenvolvem um método inovador que junta psicologia, antropologia e sociologia para descobrir a razão que levou alguns dos mais famosos assassinos da época a cometer seu primeiro crime. Ao fazer isso, e ainda ajudar alguns policiais do interior a resolver crimes chocantes, eles atraem a atenção de uma estudiosa, Wendy Carr, que os ajuda a viabilizar seu estudo. Mas o problema é como estar em contato com essas mentes terríveis irá afetar suas vidas pessoais.
Apesar do envolvimento de David Fincher, e do tema de serial killers, Mindhunter não tem muito a ver com Seven. Nem com a série Criminal Minds, um sucesso da TV, que analisa a mente de criminosos. A série tem mais a ver com Zodíaco, por exemplo, com seu clima soturno, um incrível recriação da época, que inclui uma excelente trilha sonora. É claro que alguns episódios são melhores que outros, mantendo mais a atenção, dependendo do que esta sendo investigado. Os momentos mais interessantes são aqueles com o assassino Edmund Kemper, aparentemente simpático e articulado, numa interpretação brilhante de Cameron Britton. Aliás, um detalhe interessante da série é que os assassinos são feitos por atores pouco conhecidos do público (mas ótimos), o que torna tudo um pouco mais assustador.
É bom deixar claro que muitas vezes o filme tem momentos bem chocantes, seja na descrição de cenas de assassinato, como também em algumas fotos de crimes que os agentes analisam. Ou seja, não é para todos os tipos de público. Mas a série foi um sucesso para a Netflix, tanto que uma segunda temporada foi aprovada e ficará disponível ainda este ano, mas ainda sem data definida.
Assim, se você não estiver no grupo que está totalmente comprometido com a segunda temporada de 13 Reasons Why, vale checar Mindhunter/ Caçador de Mentes.