Eu tive o prazer de conhecer Regina King quando ela veio ao Brasil para divulgar a série Southland. Uma grande profissional, um ótimo papo, super simples, que atendia a todos com simpatia. Regina já tem dois Emmys em casa, ambos por sua atuação em American Crime. No mês que vem, ela concorre novamente ao prêmio por sua atuação em Seven Seconds, que já está disponível na Netflix. Como a mãe, que perde seu filho, e sai em busca do assassino, ela, como sempre, está um arraso. Regina tem uma concorrência forte em sua categoria, com Laura Dern (O Conto) ou a sempre favorita Sarah Paulson (American Horror Story: Cult). Pode ser que não leve o prêmio, mas o certo é que essa única indicação da série na premiação, é o que realmente vale assisti-la.
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A história é boa e atual. É o novo drama criminal de Veena Sud (The Killing), e tudo começa em uma manhã de inverno em Nova Jersey, quando um policial de narcóticos, Peter Jablonski (Beau Knapp), atinge acidentalmente um adolescente numa bicicleta em uma parte isolada do Liberty State Park. Ao notar a bicicleta do menino se arrastar na grade ensanguentada de seu SUV, Jablonski decide não ligar para o 911 e, em vez disso, convoca o líder da sua equipe, Mike DiAngelo (David Lyon).
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DiAngelo chega minutos depois com outros dois oficiais, Wilcox e Osorio (Patrick Murney e Raúl Castillo). Eles descobrem uma trilha de sangue que leva até onde está o corpo de Brenton Butler, numa vala. Ele parece morto, e DiAngelo decide que eles precisam se afastar, e que todas as marcas do crime sejam eliminadas . Só que o menino ainda estava vivo, e é descoberto por transeuntes um dia depois. A mãe do garoto, Latrice (Regina King), que, junto a seu marido, Isaiah (Russell Hornsby), exigem respostas. Então surge K.J. Harper (Clare-Hope Ashitey), a assistente de um promotor com um passado que a atormenta, e o detetive designado para o caso, Joe Rinaldi (Michael Mosley).
https://www.youtube.com/watch?v=PC3JHVxefCU
A série mantém o interesse, mas é um daqueles casos que uma história de 10 episódios poderia ter sido contada em sete. Há momentos em que tudo fica cansativo e repetitivo. E o pior, deixa tantas pontas soltas, que o final parece corrido. Não sei se foi intencional, esperando que a série tivesse uma segunda temporada, que várias situações ficam sem “fechamento”, especialmente o mendigo que acha o cachorro (não vou dizer mais para não entregar demais).
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Alguns personagens também tem histórias paralelas dispensáveis. Especialmente porque somem de repente, depois de assumirem uma certa importância na história. É o caso do tio de Brenton, Seth (Zackary Momoh) ou o caso entre KJ e seu chefe, James Connelly (Jeremy Davidson). A impressão que fica é que eles queriam deixar alguma coisa para contar na segunda temporada, como por exemplo o assassinato de uma testemunha – chave (sem spoilers).
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O problema é que ela foi cancelada, e não terá uma sequência. Segundo Cindy Holland, Vice-Presidente de conteúdo original da Netflix, “nós amamos trabalhar com Veena Sud, Regina King e o elenco/equipe de Seven Seconds. Juntos eles criaram uma história envolvente, uma drama criminal relevante e atual. A primeira temporada é uma história completa, que nós estamos orgulhosos de ter na Netflix por muitos anos.”
Não era bem o que parecia, mas, de qualquer maneira, fica aqui uma sugestão. Que tal uma série com as aventuras do detetive Joe Rinaldi , de longe o melhor personagem da série. Eu o adorei!
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