The Boys é aquele tipo de série que não é para todos. Para entender a ironia de boa parte dos momentos, você tem que conhecer pelo menos um pouco de quadrinhos de super-heróis (filmes também valem). Também tem que ter estômago forte para aguentar cenas ultra-violentas, do tipo gente explodindo, ossos partidos etc. De qualquer maneira, a série produzida pela Amazon fez um grande sucesso. Não só a segunda temporada está programada para começar a ser exibida também na Amazon no próximo dia 4 de setembro, como também a primeira vai para a TV aberta. A estreia será no SBT, e foi marcada para 15 de agosto. A exibição será semanal, com um episódio novo exibido de sábado para domingo, às 0h15, após o Bake Off Brasil.
História e personagens
Com tudo isso acontecendo, eu resolvi finalmente assistir a primeira temporada, que tem 8 episódios. Para quem não conhece, a história é baseada nos quadrinhos adultos de Garth Ennis (que também seguiu a mesma linha em Preacher). A série acompanha um grupo de vigilantes (os The Boys do título), que pretende revelar o segredo sujo dos super-heróis conhecidos como Os Sete: eles são serial killers de sangue frio, que escapam impunemente de seus crimes graças ao trabalho da empresa Vought International, que os financia e comercializa suas imagens. A líder ardilosa da Vought é Madelyn Stillwell (Elizabeth Shue), uma vice-presidente muito carismática.
Os Boys são liderados por Billy Bruto (Karl Urban), que despreza todas as pessoas superpoderosas. Os Sete são liderados pelo egoísta e instável Capitão Pátria (Anthony Starr), uma mistura de Superman com Capitão América. Enquanto ocorre um conflito entre os dois grupos, a série também segue os novos membros de cada equipe. Hughie Campbell (Jack Quaid, filho de Dennis Quaid e Meg Ryan), é um dos Boys, que se junta aos vigilantes depois que sua namorada é morta por um dos Sete. Já Annie January / Luz-Estrela (Erin Moriarty), que se junta aos Sete, é uma heroína jovem e esperançosa forçada a enfrentar a verdade sobre os heróis que admira.
A crítica
A primeira temporada tem um clima totalmente irreverente e estilizado. É bem sucedida em mostrar que os mocinhos são os bandidos e os bandidos são os mocinhos, rs. O conflito que desencadeia tudo é o momento em que a namorada de Hughie acaba sendo morta por um dos super-heróis. Sim, Hughie é o personagem principal, e é fofo como o cara que é arrastado, sem saber direito como, para situações que nunca poderia imaginar. Mas quem brilha mesmo são os dois líderes dos grupos rivais. Karl Urban, do lado dos Boys, e Antony Starr, do lado dos Super. Os dois têm grandes momentos e grandes conflitos. Quem acabou me surpreendendo positivamente também foi Chace Crawford (Gossip Girl), com seu clone de Aquaman. Toda vez que ele tenta salvar um de seus amados animais, algo dá muito errado de uma maneira bem engraçada.
Produzido por Eric Kripke, o cara que criou Supernatural, The Boys funciona, especialmente pelas histórias convincentes de seus personagens. O início é ótimo, e os episódios finais, idem, com uma grande revelação. O meio ficou um pouco arrastado, mas nada que incomode muito. Dá vontade de saber o que vai acontecer tanto com os heróis como com os vilões, sejam eles quem forem, rs. Jack Quaid disse em entrevista à EW, “eu fiz coisas nesta temporada que eu nunca vou esquecer, coisas que eu nunca fiz em minha carreira e provavelmente nunca mais vou fazer. Nós fomos muito mais longe em termos de insanidade e momentos divertidos”. A série já foi renovada para uma terceira temporada, mesmo antes da estreia da segunda. Ah, aviso, o trailer da segunda temporada tem spoiler para quem não viu a primeira, tá?