Eu adoro uma boa história de amor. E Companheiros de Viagem conta uma, com um pano de fundo muito interessante de momentos redefiniram a história norte americana. Tudo começa nos anos 50, com a caça às bruxas do mccartismo. Passa pelos movimentos dos direitos negros, e termina com a epidemia da AIDS. Na história, Matt Bomer interpreta o carismático Hawkins Fuller. Ele mantém uma carreira financeiramente gratificante nos bastidores da política, e principalmente evita envolvimentos emocionais. Só que as coisas mudam quando ele conhece Tim Laughlin (Jonathan Bailey). Este é um jovem cheio de idealismo e fé religiosa, que começa a trabalhar com o senador McCarthy. Eles começam um romance no momento em que McCarthy e Roy Cohn declaram guerra aos “subversivos e desviantes sexuais”.
O que achei?
O primeiro episódio da minissérie estreia nessa sexta (28) no Paramount Plus, e depois terá mais 7 que chegarão a cada sexta-feira. Já assisti toda (obrigada, Paramount Plus), e fiquei muito bem impressionada. A primeira parte, a primeira fase do romance de Hawk e Tim, é muito mais interessante. Sempre aquela situação de uma amor que não se desenvolve como poderia por preconceito, ambição, e momento errado. O momento do mccartismo é mostrada de maneira extremamente eficiente. Os posteriores, a guerra do Vietnã, o assassinato de Harvey Milk, os protestos que acabam em pancadaria, mantém a atenção. Já a parte final, na época da AIDS, é tão triste, que sinceramente chega a ser difícil de assistir, apesar de importante para a história.
Companheiros de Viagem ainda tem outros personagens importantes. Há o amigo de Hawk, o jornalista Marcus (Jelani Alladin), que tem uma reticência a se envolver com o/a performer de uma boate, Frankie (Noah J. Rickets). Acho que a história perde tempo se aprofundando nessa relação enquanto todo mundo que mais é ver a história de Hawk e Tim. Allison Williams também brilha como Lucy, a filha de um senador, que acaba se casando com Hawk.
E ainda…
Mas é claro, Matt Bomer se destaca como Hawk. Cheio de óbvios beleza e carisma, Bomer é um ator excelente, como já percebemos em The Normal Heart, pelo qual recebeu vários prêmios. Como Hawk, ele está ótimo. Só que quem tem mais chances de fazer algo diferente é Jonathan Bailey. Ele está bem distante do dominante galã de Bridgerton. E é quem mais muda, desde a juventude inocente, até a tristeza final.
É bom avisar que Companheiros de Viagem tem cenas bem calientes entre os dois. Calientes mesmo! A produção é eficiente, assim como a trilha sonora. Repare nas músicas que tocam ao final de cada episódio, sempre tendo a ver com uma situação da história. O único porém na produção é a maquiagem que envelhece os personagens, que é bem tosca. O bom é que o talento dos envolvidos ultrapassa esse problema. Recomendo!