O western é um gênero considerado meio morto por muitos. Confesso que gosto. E alguns recentes realmente me surprenderam. É o caso de Dívida de Honra (2014 – Amazon) e Os Indomáveis (2007 – Claro Vídeo), só para citar dois. E, claro, o recente Relatos do Mundo, disponível na Netflix. Mas, confesso que nada tinha me preparado para a experiência bizarra de Sob o Sol do Oeste, que também está na Netflix. Ele me chamou a atenção por duas coisas. Primeiro, porque nunca tinha ouvido falar. E segundo, Robert Pattinson num faroeste não é algo que a gente imagina.
O filme tem um prólogo, com um pastor (Robert Forster) e um outro homem (o diretor e ator principal David Zellner) esperando uma diligência no meio do nada no deserto. Depois, começamos a acompanhar a jornada de Samuel Alabaster (Pattinson). Ele chega num barco com um mini-cavalo dentro de uma caixa (sim, isso mesmo) e um violão. Seu objetivo é encontrar o amor de sua vida, Penelope (Mia Wasikowska). É quando ele contrata o pastor para que case os dois quando chegarem até a moça. Só que, à medida que os dois avançam, as linhas tênues entre herói, vilão e donzela começam a se confundir.
O filme é dirigido pelos irmãos Nathan e David Zellner, que já tinham feito um clássico cult, Kumiko, a Caçadora de tesouros. Infelizmente nunca vi, e ele não está disponível nos streamings. Em Sob o Sol do Oeste, os dois subvertem completamente o gênero do western. Usam a comédia, o grotesco, a violência, num filme que surpreende a todo o momento. Apesar de Penelope não aparecer antes da segunda metade, ela acaba sendo a personagem principal. E o gênero mostra surpreendentemente suas cores feministas. É, sem dúvida, inesperado.
Mas, é claro, não vai agradar a todos os gostos. Apesar de ter obviamente uma narrativa diferenciada, e alguns momentos realmente brilhantes, o filme é bem nonsense. Ou seja, no final, me perguntei como esses dois malucos irmãos Zellner pensaram num roteiro tão absurdo. Se você me perguntar se gostei ou não do filme, acho que não saberei responder. Entretanto reconheço os valores de um filme tão imprevisível!
Robert Pattinson está diferente de tudo que você já viu antes. Engraçado, por exemplo, rs. Realmente é um ator versátil e empático. Mia Wasikowska quase nunca me convence. Sempre carrega aquela carga de sofrimento, aquele vinco entre as sombrancelhas. Mas não compromete como Penelope. David Zellner , como o “pastor” funciona e é divertido. O outro irmão diretor, Nathan, também participa como ator, fazendo o papel de Rufus. E, claro, tem a mini égua Butterscotch, que é fofa, e tem um papel muito importante na história, rs.
Minha dica é que se você quiser ver algo muito diferente, assista Sob o Sol do Oeste. Se não, nem se aproxime, rsrs.