O cinema brasileiro não tem grande tradição de filmes de terror. Sim , claro, há os filmes de Zé do Caixão, que tiveram um grande impacto quando foram lançados. Mas são extremamente difíceis de assistir nos dias de hoje. Infelizmente, envelheceram. Nos últimos tempos, entretanto, há vários diretores que vem tentando embarcar nesse nicho, com diferentes resultados. Há alguns que são bem eficientes, como Denninson Ramalho, com Morto não Fala. Já há outros filmes bem fracos, como O Juízo, de Andrucha Waddington. De qualquer maneira, como fã do gênero, fiquei curiosa de conhecer um outro lançamento, A Gruta, que está disponível na Amazon Prime Vídeo.
O trailer e a sinopse são interessantes. Um rapaz chamado Jesus é o único sobrevivente de um incidente numa gruta. A perícia aponta que ele assassinou os colegas. Só que, além de negar, se recusa a ajudar a polícia, dizendo que só falará com alguém da igreja. Uma freira de nome Helena (Carolina Ferraz) resolve ajudar, só que uma maldição promete acompanhar todos os envolvidos nessa história.
O roteiro acompanha dois momentos paralelamente. O passado, quando o grupo está na gruta. E a situação da freira, que toma conhecimento da situação e começa a ser assombrada também. Logo de início, também há uma perseguição de uma jovem por escravos, que não é muito bem explicada. Enquanto Helena enfrenta suas novas visões, também ficamos sabendo o que aconteceu na gruta, com os dois casais, além da guia.
A crítica
O filme tem dois ou três momentos de susto. Daqueles fáceis, que a gente está acostumada a ver no cinema americano. Mas de resto, é bem “vergonha alheia”, rsrs. Para se ter uma ideia, a freira toma banho de banheira de camisola. Rsrsrs! Em outra cena, a guia é tomada por um espírito, fica sem roupa e assustadora. Mas, de repente, volta ao normal. Até o cabelo desgrenhado volta a ficar liso. Foi uma visão ou foi real? Boa pergunta! Rsrs!
O ator que faz o personagem principal, Jesus, é Arthur Vinciprova, que também é o diretor e roteirista. Exagerado ao extremo como ator, também tem que aprender as leis básicas da direção de cinema. Isso inclui dar importância à iluminação e ao som. Há momentos que é impossível enxergar alguma coisa no gruta, ou ainda entender o que os atores estão falando. E, é claro, ao roteiro. Arthur, é preciso um mínimo de linearidade para que a coisa não fique sem pé nem cabeça, tá?
Entretanto, há belíssimas locações. A igreja onde Helena fica boa parte do tempo, por exemplo, é maravilhosa. A atriz que faz Ana, Nayara Justino, também é boa. Mas nem Carolina Ferraz está bem. Parece que está sempre ausente. E vamos combinar, a cena da banheira foi de lascar…