Julian Fellowes teve um enorme sucesso com Downton Abbey. A série, que teve seis temporadas, foi a produção mais bem-sucedida do canal inglês PBS. Foi vendida para mais de 200 territórios, e ganhou diversos prêmios. Tanto que gerou um filme, pós-término da série, que está disponível na Amazon Prime. O sucesso também levou à uma sequência, que deve chegar aos cinemas em março. Julian Fellowes fez ainda a série Belgravia, não tão bem sucedida, que está disponível na Globoplay. Eu nunca vi a série, mas li o livro. Com isso em mente, posso dizer que A Idade Dourada é uma mistura de Belgravia e mais claramente até, com Downton Abbey. Também criada por Julian Fellowes, a série estreia hoje às 23 horas na HBO e na HBO Max. Eu já vi os primeiros episódios, e se você é fã de Downton Abbey, tem que ver!
A história
A Idade Dourada vai se passar durante um período de imensa mudança econômica nos Estados Unidos. São tempos de grande conflito entre os velhos métodos e os novos sistemas, e de enormes fortunas feitas e perdidas. Em 1882 com a jovem Marian Brook (Louisa Jacobson) se muda da Pensilvânia para a cidade de Nova York após a morte de seu pai. Ela vai viver com suas tias ricas, Agnes van Rhijn (Christine Baranski) e Ada Brook ( Cynthia Nixon). No caminho, ela conhece a jovem Peggy Scott ( Denée Benton), uma aspirante a escritora buscando um novo começo. Só que quando chega me Nova York, Marian inadvertidamente se envolve em uma guerra social entre uma de suas tias e seus vizinhos estupendamente ricos . São eles George ( Morgan Spector), um magnata da ferrovia implacável, e sua esposa ambiciosa, Bertha (Carrie Coon).
O que achei de A Idade Dourada?
Há muito tempo, a ideia da série está rodando por Hollywood. A princípio seria feita pela NBC, mas depois acabou caindo nas mãos da HBO. E desde a trilha sonora, até a abertura, A Idade Dourada tem muitos pontos em comum com Downton Abbey. A diferença é que há mais negócios envolvidos, as pessoas não são tão “polidas”, e a séries tem um lado mais sexy. Sim, tem até um pouco de nudez e beijos gays. Mas, o seu conceito é o mesmo de Downton. Muitos vestidos e joias, lugares lindos, uma viúva com língua afiada, e jovens que sabem o que querem. Isso sem esquecer os jovens pretendentes, e as mães determinadas que suas filhas se “casem bem”.
Também há o andar dos empregados, com mulheres ambiciosas, valets misteriosos, e gente boa que fala o que pensa. Há uma diferença aqui, entretanto, que é a presença da jovem negra Peggy, que destaca o preconceito – mesmo bem menor do que se esperaria da época. É interessante ver que, ao contrário do que estamos acostumados a ver nas produções de época, Peggy e sua família tem um dinheiro e refinamento. É uma excelente e bem-vinda surpresa.
Os atores
E claro, há excelentes interpretações. Christine Baranski é a versão mais jovem de Lady Grantham de Maggie Smith. Tem a língua tão afiada quanto. Morgan Spector e Carrie Coon tem enorme química, e dá gosto de ver os dois juntos. Louisa Jacobson, a filha mais nova de Meryl Streep, mostra que tem talento, e se defende muito bem no meio de tanta gente boa. E que delícia ver tanta gente boa da Broadway. Como a série foi rodada no meio da pandemia, os teatros estavam fechados. Então foi a oportunidade de ter todos esses atores maravilhosos na série. Audra McDonald, Nathan Lane, Donna Murphy, Kelli O’Hara, Linda Emond, Katie Finneran, Bill Irwin, Michael Cerveris, Debra Monk, e mais. É um presente para quem conhece.
E no final…
No final, também assim como em Downton Abbey, A Idade Dourada é um grande novelão. Assume que usa todos os clichés de todos os grandes romances de época. E ainda aponta isso em seus diálogos, caso você não perceba, rs. A diferença é que, talvez por ser exibida na HBO, há mais esquemas, tramas, com personagens querendo destruir outros. E também mais sexo, mas nada escandaloso. Ou seja, você vai se divertir, ficar querendo mais, e ainda adorar ficar olhando os vestidos.