Biografias de grandes nomes da música têm conseguido grande prestígio quando chegam aos cinemas. Em boa parte dos casos, são sucessos de bilheterias e ganham prêmios. Foi assim com Bohemian Rhapsody ( Freddie Mercury) , Rocketman (Elton John) e Elvis no ano passado. Por isso, muita gente, inclusive eu tinha uma grande expectativa com a biografia de Whitney Houston, I wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston. Como estava viajando, acabei perdendo a sessão para a imprensa. Só fui ver o filme esta semana na HBO ( também está na HBO Max). Há bons momentos, mas eles são mais por causa da músicas de Whitney do que propriamente por causa da história ou da qualidade da produção.
O filme mostra a vida da artista desde que cantava acompanhando sua mãe, Cissi Houston, em shows. Um belo dia, ela é descoberta pelo grande agente musical Clive Davis ( Stanley Tucci). Começa então uma grande carreira que iria transformá-la em uma das cantoras mais bem-sucedidas da história. Mas também há os problemas com família, álcool e drogas, que acabariam matando a estrela aos 48 anos.
O que achei?
A história de Whitney, tão rica, cheia de altos e baixos, sucessos e dramas, já havia sido tema de dois documentários. São eles Whitney: Can I Be Me? de 2017 e Whitney, que saiu um ano depois. Só o segundo está disponível para aluguel ou compra no Google Play. Isso sem contar um filme da Lifetime. Falando de I Wanna Dance with Somebody, este parece uma colagem de momentos marcantes, sem grande conexão. Os filmes são apenas mencionados , com um pouco mais de destaque para o mais famoso deles, O Guarda-Costas. Também não há nenhuma referência de que as drogas seriam providenciadas pela família, que queria que ela estivesse sempre pronta para trabalhar.
Esperava-se que o filme traria uma indicação para Naomi Ackie por sua atuação. Apesar de estar bem, não é sensacional – você não consegue enxergar Whitney nela ( há momentos em fica bem parecida com Angela Bassett). Não só por causa da beleza física, mas também pela falta de carisma. Ela se esforça, mas não convence. No final quem se sai melhor, roubando todas as cenas em que aparece, é Stanley Tucci como Clive Davis. Também vale ressaltar os grandes momentos de Tamara Tunie e Clarke Peters como os pais de Whitney.
Muita gente vai gostar do filme. É uma delícia ouvir e relembrar momentos tão icônicos de Whitney na na cultura pop. Mas quando, ao final, durante os créditos, a verdadeira Whitney aparece nas fotos e vídeos, a sensação que fica é que vimos um show de uma imitadora (sempre dublada) – e não uma homenagem, uma tour de force, como foi o caso de Austin Butler como Elvis. Uma pena.