Há um tempo, um amigo me falou bem da série da Netflix, AJ and the Queen, estrelada por RuPaul. Mas foi mais um daqueles casos que não achei tempo para ver. A série teve uma única temporada antes de ser cancelada. O José Augusto Paulo assistiu. Veja o que ele achou:
AJ and the Queen
Eu me lembro de ver RuPaul em videoclipes no início dos anos 90. Foi uma época em que drag queens comecaram a aparecer mais na televisão. RuPaul era um dos mais refinados profissionais da época e viria a se tornar o de maior sucesso mundial. Ouvi falar da série RuPaul Drag Race tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido. Só que achei que era um programa repleto de atos exagerados e estereótipos ao máximo. Por causa disso, inicialmente, a serie AJ and the Queen não me animou muito. E havia tambem a controvérsia sobre o parceiro de RuPaul. Ele é dono de um vasto rancho em Wyoming, onde faz uma extração controversa de gás. Isso enquanto RuPaul faz eventos com teor ambientalista…
Foi quando, para minha surpresa, eu soube que as mães, de uma certa idade, de conhecidas minhas eram fãs da série. Fiquei curioso e decidi assistir um capítulo. Acabei gostando. A história básica é a de uma drag queen de Nova York que tem um certo azar e perde todo o dinheiro que tinha. Ela então tem de sair pelo país para se recuperar financeiramente trabalhando nos clubes de vários estados. E, por razões que o primeiro episódio explica, RuPaul terá, como companheira de viagem, uma menina de dez anos. Essa é feita pela competente, bonitinha, mas terrivel Izzy G.. Ao mesmo tempo, RuPaul está sendo perseguida por um par de maus elementos.
A crítica
Sim, eu sei, parece que descrevo a trama de um daqueles filmes de Sessão da Tarde. E a série tem muitos momentos que confirmam a tendencia de entretenimento leve, para todas as idades. É por isso que agradou também as senhoras que mencionei acima. Mas é atraente no seu formato simples e no seu humor idem. Mesmo parecendo que RuPaul so consegue atuar quando em drag (e aí se sai muito bem).
A serie tem seus momentos mais sérios, mais profundos em drama, mas nada forte, tudo leve e bem feito. Enquanto a viagem avança, notamos que tanto RuPaul quanto a garotinha estao aprendendo algo um com o outro. Com isso, revisam suas vidas e seus projetos e ponderam suas emoções e dores.
Michael-Leon Wooley (um ator muito ativo em séries e filmes) está excelente e sabe fazer comédia bem. Josh Segarra ganha o troféu de mais atraente da serie. Ele não está mal como um dos ‘bandidos’, como diria minha vó, mas poderia estar melhor. Assista, sem compromisso, sem grandes expectativas. É aquela dose de entretenimento leve, gostoso, bem mais simples do que o dias inusitados que estamos vivendo.