Eu amo Sex and the City. É uma referência incrível de uma época marcante, mas extremamente distante da realidade dos dias de hoje. Gosto muito do primeiro filme feito para o cinema, nem tanto do segundo. Mas fiquei extremamente entusiasmada quando li sobre o projeto de retomar a história das amigas em Nova York. Só que And Just Like That recebeu muitas críticas quando estreou há 10 semanas na HBO Max. A ausência de Kim Cattrall (Samantha), o escândalo com Chris Noth logo após o primeiro episódio ter sido exibido. Isso sem falar da reclamação de muita gente que as atrizes estavam velhas. Afinal, como era possível isso, não é? Como disse Sarah Jessica Parker em uma entrevista, será que elas deveriam se esconder porque tinham envelhecido?
A gente já sabe que é difícil para muitos formadores de opinião – boa parte deles com seus 20 e poucos anos – aceitar uma série com mulheres que levam a vida com seus cinquenta e poucos anos. E Carrie, Miranda e Charlotte foram em frente. Com isso, houve mais reclamações: por que a série não era engraçada como em Sex and the City? O tempo passa, as pessoas, seu dia a dia e suas prioridades mudam, ok? Além disso, a série optou por mostrar momentos de mudança total de suas protagonistas.
O novo tempo
Carrie ficou viúva – não me recuperei daquela cena até agora. Sempre fui grande fã de Big e Carrie, com todos os problemas e idas e vindas. Então foi difícil. Já Miranda se viu interessada por outra pessoa mesmo estando casada com Steve. Miranda sempre foi a personagem que menos gostava, achava muito certinha, sempre dando lição de moral. Mas admirei sua jornada na série. Ela compreendeu que poderia tentar, talvez errar, talvez voltar atrás, mas ir em frente. Gostei! E Charlotte sempre divertida, e até um pouquinho irritante, enfrentou problemas com as filhas adolescentes. Em And Just Like That, as três estão em momentos bem diferentes, e muito interessantes.
O elenco
A série apresenta vários novos personagens. Sarita Choudhury é a nova amiga de Carrie, Seema. É uma nova versão de Samantha, sexualmente liberal, e sempre divertida. Nicole Ari Parker é Lisa, uma nova amiga de Charlotte. No início pensei que ela estava apaixonada por Charlotte, mas depois essa sensação se dispersou. Karen Pittman é a professora de Miranda. Inicialmente há uma bad vibe entre as duas, mas depois elas viram as melhores amigas. E claro, Che, a personagem não binária, vivida por Sara Ramirez, que acaba se envolvendo com Miranda. Che foi muito criticada nas redes. Eu acho que ela era um pouco exagerada, mas pode ser que seja porque não gosto desse tipo de humor agressivo da personagem. Acho que no final Che cumpriu aquilo a que se propôs.
A série ainda sofreu com a morte de Willie Garson (Stanford). Ele ainda apareceu em alguns episódios. Mas logo explicaram sua saída dizendo que Stanford havia arrumado um emprego em Tóquio. Foi triste, mas gostei da solução. Duas mortes teriam sido demais para Carrie. Aliás, ela passou toda a temporada vivendo o luto. Combinava com a personagem que perde seu grande amor. Mas, depois de todas as perdas – Samantha, Big, Stanford, o casamento de Miranda – o final mostra que há inúmeras possibilidades para as três amigas. Uma segunda temporada ainda não foi aprovada, mas parece que isso é certo. Eu vou adorar o que vem por aí para elas. Porque mesmo que muita gente ache que elas estão velhas e que deveriam ficar tricotando em casa, elas estão beijando muito e vivendo como nunca. Adorei!
O Documentário
Junto com o último episódio, a HBO Max disponibilizou um documentário sobre essa temporada. Começa, é claro, com vestidos. Como a responsável pelo figurino foi achando os looks para a história. A moda sempre foi parte integrante do conteúdo de Sex and the City. E And Just Like That não é diferente. Todas as entrevistas, bastidores são pontuados por momentos fashion. Para quem acompanha tudo desde o primeiro episódio de Sex and the City, é uma delícia.
Assim como na série, que cortou uma última participação de Chris Noth (Big) em Paris por causa das acusações de assédio, o documentário também não o menciona. Falam sobre Big, mas não sobre Chris. Nem cenas com ele aparecem. Só lembro que Chris foi “cancelado” sem ao menos uma investigação sobre as acusações contra ele. Senti falta. O documentário mostra algumas cenas em Paris que, pelo que vimos na época das filmagens, ele deveria participar. Mas até mesmo isso foi cortado. Uma pena para a história de Big e Carrie.