Sabe aquela situação em que você acompanha filmes e séries que tem uma certa similaridade? Pois foi o que aconteceu com meu amigo José Augusto Paulo enquanto assistia Mea Culpa e A Grande Ilusão, ambos da Netflix. Veja aqui quais são as diferenças , similaridades dos dois:
A Grande Ilusão e Mea Culpa
Enquanto ainda assistia A Grande Ilusão, eu assisti Mea Culpa, ambos sugeridos por Netflix em minhas listas. Me surpreendi pelo quanto eu senti que havia em comum entre a série e o filme, embora também possam parecer tão diferentes.
A Grande Ilusão
Em A Grande Ilusão, Maya (Michelle Keegan ), ex-militar, está de luto pela morte do marido Joe ( Richard Armitage), assassinado não muito tempo depois do também assassinato da irmã de Maya, Claire (Nathalie Anderson). A família de Joe, liderada por sua mãe, Judith (a formidável Joanna Lumley), ainda parece não aceitar a versão de Maya de que foi uma tentativa de assalto que deu errado. O investigador Sami Keerce (Adeel Akhtar ), prestes a casar com sua noiva grávida, e conhecido da família, começa a buscar a verdade com a ajuda de seu assistente novato Marty McGreggor (Dino Fetscher).
Ao mesmo tempo, Abby (Danya Griver ) e Daniel ( Daniel Burt ) Walker, filhos de Claire começam também a investigar por conta própria ao encontrarem algumas fotografias entre os pertences da falecida. Portanto, uma trama um pouco complexa, com vários fatores surgindo. Por vezes parece apontar para este ou aquele suspeito, o que envolve também um jornalista investigador. O final é surpreendente tanto nos fatos que elucida como nas ações dos personagens.
Mea Culpa
Já no Mea Culpa, temos a advogada de defesa Mea Harper (a cantora Kelly Rowland ) que decide aceitar defender o artista Zyair Malloy ( Trevante Rhodes ) da acusação de ter matado sua noiva em seu estúdio. Aceitar o caso cria conflito com a família de seu marido Kal (Sean Sagar) já que o irmão deste, Ray (Nick Sagar ), é o promotor publico no caso contra Zyair. Mas Kal não conta para sua família que está desempregado há tempos, e que Mea o sustenta. E ainda que precisa trabalhar, mesmo que seja um caso polêmico. Para adicionar à trama, Azalia (Kerry O’Malley), mãe de Kal e Mea, e que nunca foi muito fã da nora, esta em tratamento contra um câncer. Só que isso não a impede de tentar impedir que Mea aceite o caso e chegue a usar de clara chantagem emocional com os filhos.
Diferenças e similaridades
Portanto, são duas histórias muito interessantes. As duas tem uma presença matriarcal marcada, ambas envolvem profissionais de sucesso ou que tiveram de abandonar carreiras. E ainda tem mulheres como seus personagens principais. Também em ambas, são alguns dos indiretamente envolvidos com o caso que investigam por contra própria e o que descobrem movem o espectador a desconfiar deste ou aquele personagem. Notei também que as duas, série e filme, parecem centrar suas cenas nas casas da família e nos locais dos crimes. Portanto vários paralelos.
Porém, digo que a serie é muito bem feita, o ritmo é motivador. O texto tem qualidade, além de contar com excelentes interpretações. O filme é quase o inverso. A qualidade de imagem méelhor no filme, mas talvez porque este tenha mais cenas em locais mais escuros. Só que as atuações de Kelly Rowland e Trevante Rhodes são fracas, dado que nenhum dos dois consegue variar muito suas expressões faciais. O filme acaba por ser mais lembrado por uma cena de sexo que envolve tintas e pincéis em quantidade do que pelos diálogos e suspense. Já a série tem um daqueles momentos finais de ‘quem é o assassino’ que é muito bem feito.
E no final…
Embora em ambos os casos os últimos vinte a trinta minutos sejam surpreendentes, no caso do filme, estes se desenrolam de forma estranha. è como se a edição estivesse mal feita ou algo que explicaria melhor o que se desenvolve tivesse sido cortado. E suas cenas finais, talvez uma tentativa de dar mais peso dramático às ações, acaba não transmitindo nada de esclarecedor. Sabemos como o crime aconteceu e quem seria culpado, mas a sequência de eventos parece desconectada. Já no caso da série, tudo se encaixa e faz sentido, embora nos pareça incrível. Pena, pois, o filme também poderia ter feito o mesmo, se não fosse pelas atuações, e talvez direção, ambas fracas.