O dia havia sido difícil. Escrevi sobre as mortes inesperadas de atrizes que eu gostava muito, Kelly Preston e Naya Rivera. Além disso, também fazia sete anos que Cory Monteith havia morrido. Então, à noite, tinha pensado em ver uma comédia bem boba, daquela que faz você rir sem saber a razão. Mas eu já tinha baixado da Netflix nos Meus Downloads a minissérie alemã Segredos de Natal, que têm somente três episódios. E mesmo se tratando de um drama familiar, resolvi ir em frente. Não é nada especial, mas é bem feitinha, com personagens femininas bem interessantes.
Segredos de Natal se passa em três tempos diferentes em uma cidade à beira-mar alemã. Nos dias atuais, a família se reúne para passar o natal na casa da matriarca Eva (Corinna Harfouch), que vive com sua empregada Ljubica (Anita Vulesica). O lugar é maravilhoso, pois a casa fica numa colina, bem próxima do mar. A filha Sonja (Christiane Paul) chega depois de um tempo sumida, assim com suas filhas Vivi (Svenja Jung) e Lara (Leonie Benesch), que já são adultas. A partir daí, ficamos sabendo dos segredos do passado de suas mulheres, que são especialistas em relacionamentos conturbados.
https://www.youtube.com/watch?v=RD1N4yOUhis
A crítica
Apesar do título, é bom deixar claro que Segredos de Natal não é um filme de Natal. Isso porque apesar de se passar nessa época, poderia ser em qualquer outra data comemorativa. O atrativo é acompanhar a história dessas mulheres muito fortes, mas experts em dificuldade de relacionamentos, insegurança, e falta de comunicação. E conforme a minissérie prossegue, vai aos poucos se aprofundando cada vez mais nos dramas pessoais. Não é nada surpreendente, é preciso ressaltar. Em alguns momentos lembra um pouco a minissérie espanhola Natal em 3 por 4, mas é uma boa história, fácil de acompanhar.
Além disso, a fotografia, a cenografia, apresentam um colorido pouco comum em produções alemãs. Trazem um certo frescor, assim como o cenário maravilhoso – a casa de Eva – onde toda a história se passa. O trabalho das atrizes também é de primeira, até o das crianças. Mas destaque maior fica com Christiane Paul, que traz uma atuação dolorida à Sonja. É possível perceber desde o primeiro momento o quanto ela é atormentada por resoluções do passado. Gostei!