Ligações Perigosas é uma daquelas histórias clássicas que já rendeu grandes filmes. Há uma versão francesa de 1959, dirigida por Roger Vadim, com Jeanne Moreau. E também a mais conhecida, de 1988, com Glenn Close, no papel que deveria ter lhe dado o Oscar (Jodie Foster levou por Acusados). No ano seguinte, a mesma história voltou às telas, com o título de Valmont, com Colin Firth e Annette Bening. E, claro, não posso esquecer Segundas Intenções, com Sarah Michelle Gellar e Reese Witherspoon, que trouxe a história para o presente em Nova York. Adoro! Na verdade, eu adoro essa história baseada no livro de Choderlos de Laclos. Cheguei até a ver no teatro uma versão com Maria Fernanda Cândido.
Por isso, é claro que não poderia deixar de assistir essa versão francesa e moderna da história que estreou na Netflix. Também tem o título de Ligações Perigosas. E se você gosta de romance teen, é uma boa opção.
A história
A principal personagem é Célène, aos 17 anos, uma idealista. Ela acredita no amor absoluto. Tanto que pretende se casar com o seu noivo ao completar 18 anos. Ela também se interessa mais pela leitura do que pelas redes sociais. Célène está se preparando para viver longe de seu noivo, Pierre, por um tempo, deixando Paris por Biarritz. Muito rapidamente, ela tem que enfrentar a elite maligna de sua nova escola. Esta tem o comando da ex-estrela das televisões e rainha do Instagram Vanessa e do surfista celebridade Tristan, que é um sedutor.
Célène e Tristan começam a se ver todos os dias. E os dois vão se aproximando cada vez mais à medida que a menina conhece mais sobre a perigosa escola que entrou. E, claro, acaba se apaixonando pelo surfista. Só que ela está longe de suspeitar que está no centro de uma aposta cruel entre Tristan e Vanessa.
O que achei?
Essa nova versão deixa de lado o maquiavelismo para se transformar em uma pequena fábula teen. Também já aviso que não tem tragédia. É tudo mais doce, fofo e romântico. Também está bem em linha com o pensamento atual que abraça todas os gêneros, e formas de amar sem preconceito.
Tem belas paisagens, com muita praia e gente bonita, em especial o casal central, Paola Locatelli e Simon Rérolle. Os dois tem grande química. Ela é linda e doce, enquanto ele é aquele tipo por quem você com certeza se apaixonou quando estava no colégio. É interessante como a história consegue se adaptar bem ao mundo do reino do Instagram e as vidas perfeitas que pretende mostrar. Faz total sentido, e se mostra bem relevante.
É claro que é ultra-super-mega romântico. Então se você não tem paciência pra isso, melhor ficar longe, rsrs. E também aviso que o filme fica bem longe do erotismo de versões anteriores. É só romântico, com a descoberta do primeiro amor, quando tudo parece perfeito. Mas, se como eu, você é uma pessoa romântica incorrigível, vale ver.