Eu gosto muito do George Clooney diretor. Vários de seus filmes como Boa Noite, Boa Sorte e Suburbicon entraram para minha lista de melhores do ano quando foram lançados. Por isso, estava muito curiosa para ver Bar Doce Lar, que estreou nessa sexta na Amazon Prime. Mas, tenho que admitir que minha curiosidade maior era para ver a atuação de Ben Affleck no filme. Isso porque ele foi indicado como coadjuvante ao Globo de Ouro, que acontece neste domingo.
O filme se baseia no livro de memórias de J.R. Moehringer. Esse projeto começou em 2013 na Sony, mas acabou sendo deixado de lado, quando foi adquirido pela Amazon. Conta a história do pequeno JR a partir do momento em que ele e a mãe (Lily Rabe) vão morar na casa de seu avô ( Christopher Lloyd) em Long Island. Lá, o menino convive muito com seu tio Charlie (Ben Affleck), que passa a ser sua figura paterna presente. O pai de JR é um radialista com quem ele tem pouco contato. Mas, graças ao carinho e determinação dessa família aparentemente disfuncional, JR consegue entrar para uma excelente universidade, e ainda desenvolver um grande amor pelos livros.
O que achei de Bar Doce Lar?
Você provavelmente já viu um monte de filmes sobre o mesmo tema. Recentemente, a mesma Amazon Prime lançou o bem superior Tio Frank. Algumas pessoas podem embarcar no tom nostálgico, na fofura do menino. E especialmente na mensagem positiva do filme. Não foi o meu caso. Fiquei bem desapontada. Para mim é o filme mais fraco de George diretor. O uso constante da narração, as infindáveis cenas de JR com sua paixão, Sidney (Briana Middleton). E, claro, a piada sem graça e repetida à exaustão sobre o nome de JR. A primeira parte, quando JR ainda é feito pelo ótimo garotinho Daniel Ranieri, funciona melhor. Chega até a lembrar um pouca A Era do Rádio, com um uso inteligente da trilha sonora.
Ben Affleck
Entretanto, a partir do momento em que JR se torna adolescente/jovem adulto, George Clooney perde a mão. É uma atuação tão sem brilho de Tye Sheridan! Parece que o diretor perdeu o interesse por seu personagem. O elenco é ótimo, mas mesmo os excelentes Christopher Lloyd e Lily Rabe tem poucos momentos para brilhar. Por mais que me surpreenda dizer isso (rsrs), a melhor coisa do filme acaba sendo o tio Charlie de Ben Affleck. Ele tem aqui um de seus melhores momentos no cinema. E está na cara que ele se divertiu, com os seus diálogos politicamente incorretos, mas ótimos. Há também grande química com Daniel Ranieri, e também com os fiéis clientes do bar, feitos por Max Casella e Michael Braun.
George Clooney e Ben Affleck já tiveram um projeto juntos em que foram produtores – e Ben também dirigiu. Era o excelente Argo, que ganhou o Oscar de melhor filme. Ele está disponível na HBO Max e vale ser visto. Esse Bar Doce Lar está bem distante daquele resultado.