Adivinhe quem vem para jantar é um filme histórico. Não só porque é muito bom, mas também porque mostrou um casal interracial nos anos 60. Na história, um casal reúne seus pais para receber um apoio para seu casamento. Entretanto os pais não veem com bons olhos um casamento interracial. Ele está disponível para aluguel e compra no Google Play e Apple TV – vale a pena. Falo isso, porque é impossível assistir Certas Pessoas , que estreou nessa sexta na Netflix, e não lembrar do grande clássico. Obviamente, não chega aos pés, nem como cinema, e muito menos como roteiro. Mas, é ok, especialmente por causa do elenco.
A história do filme acompanha o encontro conturbado de Ezra e Amira após um mal-entendido em Los Angeles. Eles descobrem que tem muita coisa em comum, e logo se apaixonam. No entanto, conforme a relação deles passa a se desenvolver, o relacionamento de ambos começa a ser colocado à prova por suas famílias. Isso porque os pais de Ezra são judeus progressistas, e os de Amira são pretos e muçulmanos. Isso dá margem a uma série de situações complicadas. Especialmente porque eles se intrometem fortemente na vida do casal.
O que achei?
O ator Jonah Hill, é também roteirista juntamente com o diretor Kenya Barris (da série Black-ish). Jonah normalmente é prolixo, e isso é perceptível no roteiro. Com suas quase duas horas de duração, o filme tem problemas de timing, o que é crucial numa comédia. Além disso, há situações muito repetitivas. A impressão é que os roteiristas quiseram deixar a audiência tão impaciente quanto o casal, rsrs. Tudo isso para no final, as coisas mudarem de uma hora para outra. Fica a sensação de que correram para ficar com menos de duas horas – tem 1h58.
Mas, é claro, há o elenco. Eddie Murphy, mais contido do que nunca. E também Julia Louis Dreyfus, sempre ótima. David Duchovny tem meia dúzia de frases, e claramente só queria pegar o cheque no final, rs. Não gosto de Jonah Hill como ator (ele me deixa nervosa), mas aqui ele funciona bem. Pena que não tem a menor química com a boa Lauren London. Não parecem apaixonados, somente bons amigos.
E no final…
E, no final, achei muito fofo que há a participação de vários veteranos na história. Elliott Gould, Richard Benjamin, Rhea Perlman, Hal Linden. Poucos deverão se lembrar deles, mas eu achei muito simpático! Na verdade, o filme é simpático e bem intencionado, mas pena que não seja tão eficiente.