Lembro de ter visto algumas cenas da série Desalma no estande da Globoplay durante a CCXP 2019. Parecia assustadora. No final, por causa da pandemia, ela acabou sendo lançada só agora na Globoplay. O J. Renato também esteve lá na CCXP, e viu a série. A crítica está aqui:
Desalma
O suspense sobrenatural Desalma (que não é terror) cuja primeira temporada está na Globoplay, traz um clima totalmente dark. Estão inclusive filmando atualmente a sua aguardada segunda temporada. O título desta publicação se trata de um trocadilho quanto a isso.
A trilha sonora é feita pelos mesmos profissionais do fenômeno da Alemanha, Dark. O set ambientado com as externas no Sul do Brasil. E passa uma atmosfera única de fria beleza mórbida… O espectador, automaticamente, mergulha na obscura solidão daquela misteriosa floresta. Sem esquecer, óbvio, dos devaneios dos personagens da pacata cidade fictícia de Brígida. É lá que se passam estranhos acontecimentos.
A Crítica
Com flashbacks do final dos anos 80, a história nos apresenta um evento tradicional. Só que os governantes o cancelaram devido a morte de uma adolescente. Passados exatos trinta anos, em 2018, a nova geração estudantil resolvem celebrar novamente a festa. O que não poderiam esperar é que enigmáticos problemas retornassem. A partir de então, desaparecimentos e consequências de atos de muita gente são colocados a prova no mundo físico e espiritual!
O bom roteiro é de Ana Paula Maia e a direção fica a cargo de Carlos Manga Jr. A produção possui mais acertos do que erros. É possível dizer que estamos falando de um dos maiores conteúdos nacionais já lançados ultimamente. Não foi à toa que a bela fotografia de Desalma recebeu elogios em sua exibição no Festival de Berlim.
Ressalto a importância da equipe de cenografia. Na celebração de 1988, as velas são colocadas no lago nas coroas de flores usadas pelas meninas. Já décadas depois, essas velas são substituídas por luzes próprias que se acendem nos mesmos enfeites. É perceptível o zelo de retratar a diferença de época, mostrando o cuidado técnico nos detalhes.
O Elenco
O elenco é encabeçado por Cássia Kiss (que dispensa apresentações). E tem ainda Maria Ribeiro (sem palavras) e Claudia Abreu (na minha singela opinião, a melhor atriz do Brasil). O resto do elenco também é afinado. A escolha dos rostos dos novos atores foi correta. Destaco Gabriel Muglia, na pele do policial Pavlo Lachovicz. E ainda Nathália Falcão, que dá vida a personagem Iryna. Inclusive, Nathália protagoniza uma das cenas mais arrepiantes. É o mergulho no rio em meios aos porcos mortos. Ali, a jovem estrela expõe a emoção do medo exigida na representação de seu papel.
Contos de bruxas, coisas do além, sempre chamam a atenção. E em Desalma, a temática chega sem tanto clichê. A dose é certeira nos ganchos. Permite brechas que o roteiro explora na próxima leva de episódios. A previsão é para o segundo semestre deste ano.
Tive o prazer de estar ao vivo no painel da série na CCXP 2019 (fotos a seguir). Na ocasião, o lançamento iria ocorrer em abril de 2020, mas com a situação da pandemia, a estreia veio apenas em outubro.