Acompanho há muito tempo os negócios de entretenimento do teatro nos Estados Unidos, mais especificamente da Broadway. Tanto que sempre que vou à Nova York aproveito para ver os lançamentos da temporada. E eu fiquei bem surpresa com a estratégia dos produtores de Diana – O Musical. A peça estava pronta para estrear na Broadway quando a pandemia chegou. Ou seja, não estreou. Mas, fizeram uma sessão sem público, para gravar o espetáculo. E é essa gravação que estreou essa semana na Netflix.
O espetáculo conta a história da princesa desde que ela foi a escolhida para ser a noiva do príncipe Charles. Mostra seu apelo junto à população, e também como suportou a situação do triângulo amoroso que envolvia também Camilla Parker Bowles . Isso inclui claro vestidos, brigas, traições, a rainha Elizabeth, James Hewitt, e as entrevistas bombásticas.
O que achei de Diana – O Musical?
Ok, a maioria das críticas foi péssima. Talvez isso explique a estratégia de venda para Netflix. Com uma perspectiva de fracasso nas mãos , os produtores teriam pensado numa iniciativa de marketing totalmente inesperada. Devem ter recuperado um bom dinheiro com a venda para a Netflix. E ainda com a chamada inteligente, “para ver na Netflix antes da estreia na Broadway”. Afinal, há uma grande diferença da estratégia de Hamilton com a Disney Plus. Hamilton já tinha ganhado o máximo de dinheiro possível na Broadway, quando foi usada como chamariz para o novo serviço de streaming.
De qualquer maneira, o que esperar de Diana – O musical? Se você não é fã do gênero, passe longe. Se você gosta, se já viu vários espetáculos do gênero, seja aqui ou na Broadway, pode gostar. Eu embarquei totalmente na história enlouquecida. Mostra Charles e Camilla como dois apaixonados que se merecem. Já Diana começa como uma inocente apaixonada, mas logo mostra um lado maquiavélico e estratégico. É meio óbvio que os produtores tinham a intenção de transformar o espetáculo numa nova Evita. #só que não. As músicas são mais fracas, e a coreografia idem. Diana, feita por Jeanna De Waal tem uma bela voz, mas está longe da beleza e carisma da princesa. Já Camilla e Charles receberam um belo upgrade, feitos Erin Davie e Roe Hartrampf. Meu destaque fica para Judy Kaye, que faz o papel duplo da Rainha Elizabeth e Barbara Cartland. Divertida e perfeita!
No final, Diana- O Musical é o próprio guilty pleasure (prazer com culpa). Você sabe que não é perfeito, mas se envolve totalmente. Talvez seja a saudade de ver um grande espetáculo. Mas eu me diverti, e adorei!
Luiz Quesada
4 de outubro de 2021 às 11:03 pm
Vou assistir. Se quiser ver apenas um musical já em cartaz na cidade, assista a “Barnum, o rei do show”. O melhor!
Eliane Munhoz
6 de outubro de 2021 às 7:38 pm
Boa dica, Luiz!! Obrigada!!!