Sempre tem aqueles filmes que acabam ficando para trás. Ou seja, que você queria ter visto na época do lançamento, e não viu por uma razão ou outra. No meu caso, um deles foi Belle Époque. É um filme francês com um mega elenco, que chegou a ganhar três Cesar em 2019. Um inclusive para Fanny Ardant como atriz coadjuvante. Eu perdi na época, mas agora consegui ver na HBO Max. Era exatamente o que estava precisando ontem à noite. Um filme gostoso de ver, romântico sem ser adocicado. Recomendo!
Tudo começa com Victor (Daniel Auteuil) vivendo uma situação complicada. Ele é um sexagenário desiludido com o casamento em crise, além disso, está desempregado . No dia em que a mulher, Marianne (Fanny Ardant), o coloca para fora de casa, ele recebe um convite de Antoine (Guillaume Canet), que é amigo de seu filho. Antoine é um empreendedor de sucesso, que tem um empresa especializada em atrações que unem encenação teatral com recriação histórica. É quando sua vida vira de cabeça para baixo. Victor decide então reviver o que ele considera a semana mais memorável de sua vida. Uma em que, há 40 anos atrás, ele conheceu seu grande amor.
O que achei de Belle Époque?
O filme é cheio de charme e nostalgia. Tem momentos divertidos e outros emocionantes. Tem uma deliciosa trilha sonora e uma cenografia perfeita. Ao contrário de outros filmes e séries (Westworld, por exemplo), Belle Époque não é sobre fugir da realidade. Não é sobre feitiçaria, que faz com que você tenha 17 anos outra vez. É sim sobre uma experiência que faz com que as pessoas tenham o gostinho de reviver momentos marcantes. É nesse momento que o filme se torna mais comovente. Mostra a passagem do tempo, mas no caso de Victor, com uma nova visão. E como isso se transforma em uma nova experiência.
O filme mostra várias histórias de amor, sob um certo ponto de vista. A de Antoine e da atriz Margot (Doria Tillier, ótima e linda), cheio de brigas e paixão incontida. Também os dois momentos de vida de Victor e Marianne. E ainda a relação especial de Victor e Margot. Tudo isso é mostrado através de um roteiro inteligente, sem sentimentalismos, extremamente charmoso e divertido. Repare nos diálogo de Margot se passando por Marianne, onde algumas frases são totalmente dirigidas a Antoine e a relação volátil dos dois. É uma delícia de ver.
E claro, muito disso se deve aos atores, todos incríveis. Seria fácil para que os papéis de Victor e Marianne caíssem num certo lugar comum. Mas não com atores como Daniel Auteill e Fanny Ardant. Eles entregam personagens fascinantes, que fazem de Belle Époque um filme inesquecível!