Hoje em dia, especialmente pós-streaming, o sucesso de um filme – ou uma série – abre espaço para várias possibilidades de derivados/sequências. Um exemplo claro é The Walking Dead, que já rendeu quatro spinoff’s. E esse é o caso também dos filmes de Sobrenatural e de John Wick. No primeiro caso, o terceiro filme de Sobrenatural, A Porta Vermelha, chega nove anos depois do segundo (alguém esperava mais?). Isso sem contar os outros dois que se concentravam na história da paranormal Elise. A Porta Vermelha passou pelos cinemas , e estreou semana passada na HBO Max. Já no caso de John Wick, após quatro filmes, já se sabe que pelo menos terá mais um filme derivado (Bailarina, com Ana de Armas), e a série The Continental: Do Mundo de John Wick. Esta está disponível na Prime Video. Eu vi os dois – veja o que achei:
Sobrenatural: A Porta vermelha
Eu gosto muito dos dois primeiros filmes, de 2010 e 2014. Acho assustadores e eficientes. Só que ele resolvia a situação da família Lambert de forma aparentemente definitiva. #sóquenão. Sobrenatural: A Porta vermelha também se passa nove depois depois dos acontecimentos do segundo filme. Tudo começa com o funeral da mãe de Josh (Patrick Wilson), Lorraine (Barbara Hershey vista só em flasbacks e fotos). Só que há algo errado, os Lamberts estão separados, e Dalton (Ty Simpkins), o filho mais velho, tem um claro problema com o pai. Quando ele vai para a universidade, coisas estranhas começam a acontecer.
A Porta Vermelha é dirigido e estrelado por Patrick Wilson, entretanto o personagem principal é Dalton. Ty Simpkins está bem bonito, mas era melhor como ator infantil do que como adulto (mas não compromete). O problema é que o filme é confuso e tem pouquíssimos sustos. Rose Byrne aparece só no início e no final (totalmente desperdiçada). O roteiro é bobo, e tenta copiar os anteriores sem sucesso. Só que A Porta Vermelha custou 16 milhões e rendeu quase 190 no mundo. Ou seja, é um grande sucesso, e com isso é bem provável que irá render um novo spinoff.
The Continental: Do mundo de John Wick
The Continental é uma série que conta a história de como Winston Scott, que era vivido nos filmes de John Wick por Ian McShane, se tornou o proprietário do hotel de assassinos. Tem três episódios (o último tem 1h40), e mostra como Winston, agora feito por Colin Woodell (de The Originals), sai a contragosto de Londres, e vai para Nova York para vingar a morte do irmão pelas mãos do vilão Cormac O’Connor (Mel Gibson).
No meio do caminho , a gente vai descobrindo várias referências de situações que vimos nos filmes de John Wick – e isso é divertido. Mas é tudo muito enrolado, com personagens demais – e pouca ação. Há um arco da máfia chinesa que era perfeitamente dispensável, por exemplo. Só que a direção de arte, trilha sonora, fotografia, é tudo estupendo. Mesmo se passando nos anos 70, tem um clima de film noir e de quadrinhos (tipo Sin City). O 3º episódio (o mais longo) é ótimo, tem muita ação coreografada. Mas até passar pelos dois primeiros, tem que ter muita determinação.
Mais um caso em que o formato é sensacional , mas faltou roteiro. Pena!