A produção de Mundo em Caos foi cheia de problemas. Diz a lenda que o primeiro corte do filme dirigido por Doug Liman era desastroso. E que chamaram Fede Alvarez para refilmar várias cenas. Com isso, a produção ficou mais cara e levou mais tempo do que deveria. Isso fez inclusive com que Tom Holland perdesse o papel principal de 1917 e também faltasse à pré-estreia mundial de Vingadores: Ultimato. Sim, a coisa vem rolando faz tempo – desde 2017. Na ocasião, Tom ainda quebrou o nariz durante uma cena, e desmaiou numa cena debaixo d’água. Com tudo isso, eu sinceramente esperava o pior. Mas, o filme, que estreou na última sexta na Amazon Prime, manteve minha atenção.
A história é uma mistura de suspense, ação, ficção e até western. Ela se baseia em um dos livros da trilogia Mundo em Caos, escrita por Patrick Ness. Ela se passa em um futuro pós-apocalíptico. A humanidade já começou a colonizar outros planetas. Só que todas as mulheres foram mortas, e agora os pensamentos de todos os homens tornaram-se audíveis (os ruídos). Só que uma jovem astronauta cai no lugar, e sua chegada provoca situações inesperadas. O jovem Todd, que a descobriu, resolve ajudá-la a fugir. E aí começa uma grande caçada aos dois, que vai incluir grandes revelações.
O que achei de Mundo em Caos?
Sim, a história é confusa, e há alguns grandes problemas de continuidade (o cabelo de Daisy Ridley, por exemplo). Confesso que não entendi muito a extensão do poder dos ruídos, especialmente no final, rs. A história segue uma fórmula batida do gênero, mas quer saber? Até que me diverti com o filme. Me senti envolvida com a jornada desses personagens. É claro que muito disso se deve às atuações de Tom Holland, Daisy Ridley e do vilão Mads Mikkelsen. Estão todos ótimos. Mads está assustador, como só ele sabe ser, como o prefeito. E Tom e Daisy tem óbvio grande carisma. Funcionam tanto no drama como nos momentos divertidos. As cenas de ação são eficientes, e gostei da solução que faz com que possamos ouvir os ruídos/pensamentos. Um belo trabalho da equipe de som, e de efeitos visuais.
É claro que há os exageros. O pastor de David Oyelowo é insuportável – não precisava aquela cena com o cachorro! Nick Jonas começa como o inimigo do protagonista, mas depois quase desaparece do filme. Cynthia Erivo é outra que aparece e desaparece sem grandes explicações. E confesso que fiquei meio perdida no meio da luta final. A produção termina com uma porta aberta para uma sequência. Mas é óbvio que com tantos problemas, isso é bem improvável. Entretanto, mesmo com os trancos e barrancos, Mundo em Caos é bem assistível. Vale experimentar.