Histórias sobre romances de mulheres mais velhas com jovens mais jovens tem cada vez mais descoberto espaço em Hollywood. Acho que descobriram que esse público de mulheres 40+ cresceu como audiência , especialmente no streaming. Só nos últimos meses tivemos Tudo em Família, com Nicole Kidman e Zac Efron, e a minissérie italiana Amor Traiçoeiro ( da qual eu desisti logo no início) . E esse fim de semana, também na Netflix, estreou o filme Amores Solitários, com Laura Dern e Liam Hemsworth. Infelizmente, achei que faltou química entre os atores para o filme dar certo.
Em Amores Solitários, uma renomada escritora parte para um retiro para escritores no Marrocos para sair de um bloqueio criativo. Katherine Loewe (Laura Dern) é famosa por seus romances, mas sua dedicação praticamente integral à carreira fez com que se tornasse uma mulher reclusa. Frustrada com um bloqueio criativo que a impede de trabalhar em seu novo livro, ela decide ir para o outro lado do mundo para passar um tempo em um retiro para escritores no Marrocos, na esperança que o lugar remoto e o ambiente a inspirem. Lá, ela acaba conhecendo Owen Brophy (Liam Hemsworth), que está acompanhando sua namorada, uma jovem escritora. A relação de Katherine e Owen acaba se transformando em algo que ela nunca poderia esperar.
O que achei?
A história não tem grandes novidades. Duas pessoas muito diferentes estão num lugar longínquo e totalmente diferente, no caso, o Marrocos, que fascina muita gente. Mas há vários problemas na forma de contar essa história. E, por mais que eu ache quase inacreditável dizer isso, o grande problema está na atuação de Laura Dern. Eu acho que ela é uma atriz sensacional, mas aqui não creio que achou o tom certo. Não há a menor química com Liam Hemsworth, apesar do óbvio esforço dele.
Além disso, o roteiro de Amores Solitários tem várias situações que chegam a ser ridículas, personagens que aparecem e depois somem. A cena do roubo do laptop é algo muito idiota (como ela andaria com ele no meio da rua). Marrocos não está tão atraente assim, e o romance não envolve. Entretanto, há uma bela fala, que quase salva tudo (quase).
“E dessa vez, eu refleti bastante sobre o impulso de sair correndo, de fugir ao primeiro sinal de problema. Ao fazermos isso nos convencemos de que estamos fugindo do perigo, mas pode ser só uma desculpa esfarrapada. Ás vezes não estamos fugindo do perigo, mas da segurança. Talvez seja isso que realmente assusta. Ser vista, entendida. Ser amada.”