Novamente, o racismo está em discussão nos Estados Unidos após a morte de George Floyd. A maioria dos grandes estúdios de Hollywood, inclusive se posicionaram em suas redes sociais contra qualquer tipo de discriminação, assim como boa parte dos atores. Spike Lee, Jane Fonda, Ellen Pompeo, Reese Witherspoon, Beyoncé, todos postaram sobre o assunto. É um tempo difícil. Mas Hollywood já abordou histórias de racismo, de enfrentamento, muitas vezes. Eu selecionei aqui alguns, a maioria baseada em fatos reais, que podem ser vistos nos streaming, todos muito bons.
Filmes
Infiltrado na Klan – Google Play
Provavelmente o melhor filme de Spike Lee. Baseado numa incrível história real, foi indicado a vários Oscars, e ganhou o de roteiro. Em 1978, Ron Stallworth, um policial negro do Colorado, consegue se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunica com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas, e quando precisava estar fisicamente presente, ele envia um outro policial branco em seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron fica próximo do líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas. No elenco John David Washington e Adam Driver.
12 anos de Escravidão – Netflix
Em 2013, 12 anos se tornou a primeira produção dirigido e produzida por um negro (Steve McQueen) a ganhar o Oscar de melhor filme. Ele ainda foi premiado como melhor roteiro e atriz coadjuvante (Lupita Nyong’o). Em 1841, Solomon Northup é um homem negro livre, que vive em paz ao lado da esposa e filhos. Um dia, após aceitar um trabalho que o leva a outra cidade, ele é sequestrado e acorrentado. Vendido como se fosse um escravo, Solomon precisa superar humilhações físicas e emocionais para sobreviver. Ao longo de doze anos, ele passa por dois senhores, Ford e Edwin Epps, que, cada um à sua maneira, exploram seus serviços.
Estrelas Além do Tempo – Microsoft/ Looke/ Google Play
American Son – Netflix
Kerry Washington estrelou a peça American Son na Broadway, e depois a transformou em filme – um teatro filmado – para ser exibido na Netflix. Na história, ela é Kendra, mãe do jovem de 18 anos de idade Jamal, que está desaparecido. Ao lado de seu ex-marido Scott, um agente do FBI, Kendra passa a noite em uma delegacia de polícia atrás de notícias do que possa ter acontecido com o garoto.
Selma: Uma Luta pela Igualdade – Looke
Indicado ao Oscar de melhor filme, acabou levando o de melhor canção em 2015. Conta a história da luta de Martin Luther King Jr. (David Oyelowo) para garantir o direito de voto para os negros – uma campanha perigosa e aterrorizante que culminou na marcha épica de Selma a Montgomery. Na ocasião, estimulou a opinião pública norte-americana e convenceu o presidente Johnson a implementar a Lei dos Direitos de Voto em 1965.
Um Estado de Liberdade – Netflix
Belo filme, estrelado por Matthew McConaughey como Newt Knight. Durante a Guerra Civil Americana, o fazendeiro Newt formou um grupo de rebeldes contra a Confederação. Assim, reunindo pobres fazendeiros, o pequeno condado de Jones rompe com o grupo majoritário e forma um pequeno estado livre. Ao longo dos anos, Knight combate a influência racista do Ku Klux Klan e forma a primeira comunidade interracial do sul, casando-se com a ex-escrava Rachel (Gugu Mbatha-Raw).
Malcom X – Amazon
Denzel Washington foi indicado ao Oscar por sua atuação como Malcom X sob a direção de Spike Lee. Malcolm X tem o pai assassinado pela Klu Klux Klan e sua mãe internada por insanidade. Preso aos 20 anos de idade, Malcolm se converte ao islamismo e passa a pregar seus ideais.
Green Book – O Guia – Amazon
Vencedor do Oscar de melhor filme, Green Book é ótimo de ver e rever. Mahershala Ali também recebeu o prêmio de coadjuvante como o Dr. Don Shirley, um pianista de renome mundial, prestes a embarcar em uma turnê pelo sul dos Estados Unidos, em 1962. Como precisa de um motorista e guarda-costas, Shirley recruta Tony Lip (Viggo Mortensen), um ítalo-americano fanfarrão do Bronx. Apesar de suas diferenças, os dois homens desenvolvem uma ligação inesperada ao enfrentar o racismo e os perigos de uma era de segregação racial.
Séries
Olhos que condenam – Netflix
Dirigido por Ava DuVernay, é uma minissérie de quatro episódios, que é um “soco no estômago”. Ela conta a história de cinco adolescentes negros do Harlem, que foram condenados por um estupro que não cometeram em 1989. Entretanto, depois de presos, eles começam uma luta para provar sua inocência.
A vida de Madam CJ Walker – Netflix
Octavia Spencer estrela a minissérie também com quatro episódios, também baseada na incrível história real da ativista social e primeira mulher milionária dos Estados Unidos a conquistar a própria fortuna. Ela conseguiu isso ao desenvolver uma uma linha de produtos capilares e cosméticos para mulheres negras.
Little Fires Everywhere – Amazon
Lançado recentemente, a série é baseada no livro de Celeste Ng, mostra o encontro de duas mulheres muito diferentes. A dona de casa perfeita Elena Richardson (Reese Witherspoon) aluga a casa de hóspedes à Mia Warren (Kerry Washington), uma artista que se muda para a cidade com sua filha adolescente. Em pouco tempo, as duas se tornam mais do que meras inquilinas: todos os quatro filhos da família Richardson se encantam com as novas moradoras. Porém, Mia carrega um passado misterioso e um desprezo pelo status quo que ameaça desestruturar uma comunidade tão cuidadosamente ordenada.
Hollywood – Netflix
Deliciosa fábula de Ryan Murphy, que mistura personagens reais e fictícios na Hollywood do pós-guerra. A série acompanha um grupo de aspirantes a atores e cineastas em Hollywood da época, enquanto tentam virar astros- não importa o custo. Cada personagem oferece uma visão única por trás da época dourada da Era de Ouro de Hollywood, destacando os sistemas injustos e preconceitos de raça, gênero e sexualidade que continuam até hoje.