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Holding the Man, da Netflix, é uma história de amor para todos!

Histórias autobiográficas sempre tem um apelo especial no cinema. Holding the Man, uma produção de 2015, que está disponível na Netflix, mostra um retrato de uma época. Antes foi  livro, e depois peça de teatro.  Meu amigo, José Augusto Paulo, viu o filme, e também o documentário, Remembering the Man (que não achei disponível no streaming por aqui). Ele me disse que um complementa o outro. E que ficou dias pensando nessa história de Tim e John. A crítica está aqui abaixo:

Holding the Man

O filme é baseado na peça de Tommy Murphy,  que por sua vez era baseada no livro autobiografico de Timothy Conigrave. Somente após seu falecimento é que conseguiram publicar o livro. O centro da história é o amor entre o extrovertido e impertinente Timothy (Ryan Corr, que lembra mas é bem mais atraente do que Tim) e o esportivo e calmo John (Craig Matthew Stott, mais encorpado do que John). Desde o dia em que se conheceram, em 1976, no Xavier College, colégio de jesuítas próximo a Melbourne e ainda considerada uma das 10 melhores escolas da Austrália. Isso até perderem a batalha contra Aids no inicio dos anos 90.

Seria uma história como tantas outras. Eles enfrentam preconceito (a Austrália dos anos 70 não era o país liberal de hoje), oposição de famílias e os horrores da pandemia. Mas ganha seu caráter especial. Não somente pela quantidade de documentação (fotos, videos, entrevista dada por Timothy, que se tornariam a base do excelente documentário Remebering the Man). Mas especialmente porque não deixa dúvidas de ser uma verdadeira relação de amor. Mesmo com as diferenças de personalidades e formas de ver a vida. John era capitão de rugby na escola, campeão de esportes, reservado, sem intenções de levantar nenhuma bandeira. Já Timothy fazia parte da turma do teatro,  era muito falante. Na verdade, um defensor de suas verdades, que se impõe e preenche espaços. E que, por vezes, incomoda.

A crítica

O livro se tornou um dos mais conhecidos mundialmente dos vários que retratam aqueles anos tristes do início do contágio. Na época, todo mundo buscava saber mais, sobre as mortes que eram consideradas inevitáveis. A diferença é que o filme transforma-se em uma história de amor independente da sexualidade do casal. Ele não tenta ser o retrato de uma época. Torna-se tal, mostrando quem não deseja mais do que repartir uma vida em comum. Uma vida que seria curta, quase como que, a razão de suas existências fosse iniciar uma grande história. E depois vivê-la e assisti-la se apagar lentamente.

A direção é competente e deixa os personagens principais levarem a história sem ofuscar os outros. A fotografia é afetuosa, terna. Capta, sem exageros, as cores da época, com closes gentis, sem exagerar o drama e sem se ausentar dos momentos mais fortes. Tem ângulos vastos nas viagens, nos poucos horizontes que Tim and John repartiram. Os atores convencem nas suas esperanças, no afeto mútuo, no desespero da perda inevitável. Já vimos outras histórias parecidas, várias. A diferença é que Remembering the Man é difícil, muito difícil de esquecer.

 

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