Quando você começa a assistir a produção espanhola Nosso Verão (disponível na HBO Max) é impossível não lembrar de Cartas para Julieta, ou mais ainda, do recente A Última Carta de Amor . Os ingredientes são os mesmos. Uma jovem do presente resolve investigar um amor do passado que por diversas razões não deu certo. Nosso Verão vai nessa linha – e se assume como um novelão gostoso de ver, mesmo que triste.
No filme, Isabel é uma jovem que se muda para uma nova cidade para ser jornalista. O problema é que seu novo chefe a designa para a seção de obituários. Relutante em fazer o trabalho, logo em seu primeiro dia ela recebe um anúncio sobre uma mulher chamada Lucía. Ao investigar, Isabel percebe que nos últimos 15 anos no mesmo dia o jornal recebe o mesmo obituário. Intrigada com isso, Isabel começa a investigar, descobrindo que o homem responsável por escrever as cartas é Gonzalo. No entanto, quando ela viaja para o local, ela não encontra Gonzalo, mas sim Carlos, filho de Gonzalo, que lhe explica que seu pai faleceu há poucos dias. Intrigado com a história, Carlos aceita a oferta de Isabel para trabalharem juntos para investigar sobre Lucía. É quando, aos poucos acompanhamos também a história de Gonzalo e Lúcia, a partir do momento em que ele chega para construir uma grande propriedade numa vinícola na Galícia.
O que achei?
Tenho uma atração especial por essas histórias de amor onde o “e se…” tem um papel tão preponderante. Daquelas em que se alguém tivesse tomado uma pequena atitude diferente, tudo poderia ter sido muito mais fácil, e todos mais felizes. Geralmente essas histórias me emocionam bastante. Não cheguei a chorar com Nosso Verão, mas acompanhei intrigada como seria o desfecho dessa história. Especialmente porque logo de início já ficamos sabendo que Gonzalo e Lúcia não ficaram juntos.
O filme tem uma belíssima fotografia e direção de arte. A química entre Gonzalo (Javier Rey) e Lucia ( Blanca Suarez, de O Bar) é ótima. É claro que o roteiro apresenta umas situações inacreditáveis- e o personagem de Isabel é um tanto enervante. Entretanto, esses são ingredientes primordiais do gênero que chamamos de novelão. Então você recebe aquilo que espera. Rsrs!
Como gosto do gênero, o filme funcionou para mim. Pena que ao final, o filme deixa aquele gosto amargo na boca. Especialmente quando você pensa quantas pessoas teriam sido mais felizes se tivessem optado por pequenos desvios em seus caminhos. “E se…”