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O belo e tenso começo de Difamação

A Apple TV Plus tem feito algumas das melhores séries dos últimos tempos – tem sempre alguma entre as minhas melhores do ano. E agora estreou hoje no serviço a minissérie Difamação (Disclaimer). É uma criação de Alfonso Cuarón a partir do livro de Reneé Knight. E no papel principal tem Cate Blanchett. Só isso seria suficiente para ser ótima, mas eu confesso que fiquei bem interessada – e intrigada – com os primeiros dois episódios que chegaram hoje. Os cinco restantes estrearão um a cada semana. Vi muitas críticas americanas negativas, mas eu estou gostando bastante.

A história mostra a jornada da respeitada jornalista e documentarista Catherine Ravenscroft (Cate Blanchett). Catherine construiu sua carreira explorando e revelando os erros e transgressões de outras pessoas, o que sempre dividiu a opinião do público que acompanha seu trabalho. Um dia, ela recebe em casa um livro de um autor desconhecido e se horroriza ao perceber que a personagem principal é baseada em sua própria história, expondo seus segredos mais sombrios. Enquanto luta para descobrir a identidade do autor, Catherine é forçada a confrontar seu passado, temendo que essas revelações destruam sua vida e seus relacionamentos com o marido, Robert (Sacha Baron Cohen), e o filho, Nicholas (Kodi Smit-McPhee).

O que achei?

Já aviso que não é uma série fácil de acompanhar. Se passa em duas linhas do tempo. Uma se passa no presente quando a vida de Catherine começa a degringolar por causa do livro. E a outra no passado, quando aconteceram as situações que deram origem a todo o problema. Há também narradores diferentes –  e tudo isso faz com que você tenha que prestar muita atenção todo o tempo. Ou seja, não é uma série para ver checando as redes sociais no celular enquanto assiste.

Mas, a história é envolvente demais. Você quer saber o que aconteceu no passado, e também o que vai resultar no futuro. Kevin Kline (em papel que seria de Gary Oldman) faz o papel do escritor. Está sensacional, com uma mistura perfeita de revolta, maldade e tristeza. A partir do momento em que ele encontra o manuscrito, ele monta um plano malévolo contra o personagem de Cate Blanchett. Essa, por sua vez, está sensacional como sempre. Somente nos dois primeiros episódios várias emoções passam por seu rosto, como só pode acontecer com uma atriz superlativa.

A minissérie ainda tem outros atores que prometem  ter grandes momentos nos cinco episódios que faltam. Lesley Manville faz o papel da esposa de Kevin Kline. Ela tem uma cena bem forte na lanchonete já no segundo episódio. Louis Partridge (de Enola Holmes) é o mocinho da fase do passado. Kodi Smit-McPhee, que concorreu ao Oscar com O Ataque dos Cães, faz mais um papel de jovem atormentado. E que maravilhosa é Leila George, filha de Vincent D’Onofrio e Greta Scacchi, como Catherine mais jovem (pode ser o papel que vai transformá-la em estrela). Mas o mais surpreendente é ver Sacha Baron Cohen, o Borat, num papel dramático e sofredor. Funciona!

E no final…

Esses dois episódios iniciais deixam uma tensão presente todo o tempo. E quero ver tudo para saber exatamente os grandes segredos que Catherine  e outros personagens escondem. Minha percepção é que tudo será intensamente dramático e eficiente!

 

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