A primeira vez que vi Tessa Thompson foi numa série de episódios de Grey’s Anatomy. Ela fazia a sobrinha do Webber (James Pickens Jr), que estava doente, mas mesmo assim queria sua festa de formatura. Então, todos do hospital montam uma festa lá mesmo. Lembro que, na época, achei que ela tinha um grande carisma, tanto que nunca esqueci seu rosto. Tanto que hoje em dia, ela é uma atriz bem poderosa em Hollywood. Faz parte do Universo Cinematográfico da Marvel. Esteve em filmes de sucesso como Creed e séries premiadas, como Westworld. Esteve também em um filme da Amazon Prime, que eu adoro, chamado O Amor de Sylvie. No futuro próximo, estará em Thor: Love and Thunder e Creed 3. Agora chegou na Netflix Identidade, dirigido por Rebecca Hall.
O filme conta a história de duas amigas. Clare (Ruth Negga) é uma elegante e ambiciosa mulher negra de pele clara. Durante a década de 1920, decide viver sua vida se passando por branca. Inclusive seu marido branco (Alexander Skarsgard, em pouco mais do que uma ponta) não conhece as raízes da mulher. Já Irene (Tessa Thompson) é sua colega da época de escola de pele igualmente clara. A diferença é que ela vive imersa em atividades na comunidade afro-americana. Quando as duas se reencontram, suas escolhas e jornadas causam conflito. Mas também atraem uma a outra para seus respectivos mundos.
O que achei de Identidade?
Já aviso que o filme não é para todos os gostos. A estreia de Rebecca, vista recentemente como atriz em A Casa Sombria, como diretora, entretanto, é promissora. Ela fez o filme todo num belo preto e branco. E sabe mover a câmera de modo a não ser necessário diálogo algum. É o caso da cena em que Irene entra em um hotel chique, e se esconde embaixo das abas de seu chapéu. Isso dá um tom de suspense interessante. Será que descobrirão que ela é negra e a mandarão sair? O suspense de diversas situações continua durante todo o filme. Especialmente no final. Muita gente pode interpretar que foi uma coisa que provocou um determinado acontecimento. Outros podem achar que foi outra. Eu e um amigo tivemos interpretações completamente diferentes. #semspoilers
O filme apresenta o conceito da mulher negra de pele clara que passa por branca. E com isso consegue evitar uma série de preconceitos da época. Algo que o cinema abordou de uma forma mais light, condizente com os anos 50 em O Barco das Ilusões. O roteiro de Identidade, entretanto, me perdeu em alguns momentos, poderia ser um pouco menos repetitivo. Também a personagem de Tessa Thompson é um tanto chata e enigmática. Mas isso não impede que a atriz esteja ótima. Assim como Ruth Negga. Sua Clare é aquele tipo de mulher fascinante, que sempre atrai as atenções quando entra em um local. Belas atuações de ambas!