A essa altura do campeonato provavelmente todo mundo já viu. Mas na fila de filmes e séries para assistir, só agora consegui tempo para ver O Soldado que não Existiu na Netflix. Eu me lembro pouco do filme clássico, de 1956, O Homem que nunca existiu, com Clifton Webb. Mas me recordo que era bem bom. E agora, a mesma história absurda e real que aconteceu na segunda guerra virou esse filme excelente, que me manteve atenta nas suas pouco mais de duas horas.
Como já disse, a história é baseada em fatos reais descritos no livro de John McIntyre. O personagem principal é Ewen Montagu (Colin Firth), um juiz, espião e oficial da inteligência naval da Inglaterra. Ele planejou a operação Mincemeat, além de ser um dos agentes que a executou. Os dois oficiais de inteligência planejaram quebrar o controle mortal de Hitler sobre a Europa com um plano criativo e ousado. Eles utilizaram um cadáver e documentos falsos para enganar as tropas alemãs. Tudo na esperança de mudar o curso da Segunda Guerra Mundial e salvar dezenas de milhares de vidas.
O que achei de O Soldado que não Existiu?
O Soldado que não Existiu se passa em 1943, e tem todos aqueles ingredientes de um filme de espionagem inglês de Segunda Guerra. Tem heroísmo, suspense, e ótimos atores. A diferença aqui é que a história real é tão absurda, com momentos cheios de referências, e até um certo humor. É impossível você não ficar envolvido. E tem um apelo especial para os fãs de James Bond. Ian Fleming, o autor dos livros de 007, é um dos personagens aqui. Na verdade, ele , que é feito por Johnny Flynn (de Emma), foi o dono da ideia principal do plano em questão. E é possível ver de onde ele teria tirado as ideias dos personagens M e Q. É uma delícia de perceber essas leves pitadas de cultura pop do filme.
A melhor parte é quando o grupo incumbido de desenvolver o plano cria uma história para O Soldado que Não Existiu. É claro, eles mostram ali quem realmente são e o que sentem. Especialmente Ewen Montagu e Jean Leslie (Kelly Macdonald). A história dos dois é super envolvente, e o romance é lindo. A coisa funciona ainda melhor porque Colin Firth e Kelly Macdonald tem grande química. É só lembrar dos dois em Nanny McPhee.
E o filme tem um monte daqueles atores ingleses maravilhosos: Matthew Mcfadyen, Penelope Wilton, Mark Gatis, Simon Russel Beale, Jason Isaacs. Todos ótimos. Na parte final, há suficientes momentos de suspense. Seja na missão ou no romance de Montagu e Jean. Fazia tempo que eu não via um filme da Netflix que me deixasse com uma sensação tão boa. Até me faz pensar que vale a mensalidade, rsrs.
Curiosidades
O filme é dirigido por John Madden, que já tinha trabalhado com Colin Firth há mais de 20 anos em Shakespeare Apaixonado.
Para quem não se lembra, temos dois Mr. Darcy, de Orgulho e Preconceito, no filme. Colin Firth fez o personagem na minissérie de 1995 (infelizmente indisponível no streaming). Já Matthew Macfadyen o fez no premiado filme de 2005 (Netflix).