As séries espanholas viraram uma febre aqui no Brasil graças a Netflix. Em especial, há um interesse nas comédias. Talvez porque tenham um humor muito próximo do nosso. O meu amigo José Augusto Paulo assistiu uma delas, Smiley, que está disponível na Netflix. Ele gostou bastante, veja aqui a crítica:
Smiley
Séries e filmes sobre como o amor se desenvolve, são o gênero mais comum nas produções tanto para cinema como para TV. Em geral, mostram como no seu desenrolar nos deixa, por vezes, descontrolados ao ponto de fazermos e dizermos o que mais tarde nos dará arrependimento. E também as confusões em que nos metemos até que tudo se resolva. O universo praticamente pouco compreendido do amor dá assunto para livros, filmes e muito mais. Portanto por qual razão uma serie pode nos parecer melhor em retratar o caminho tortuoso até um possível final feliz do que outras? No caso de Smiley, disponível na Netflix, talvez tenhamos algumas razões que possamos listar.
A serie se passa no presente com o universo das redes sociais, apps, etc bem presente. Entretanto, a história começa com uma ligação feita de um telefone de linha fixa. Talvez o motivo seja a beleza de Carlos Cuevas, Meritxell Calvo etc… Mas estes também contracenam com personagens importantes de menores atributos físicos…. Talvez seja porque Smiley trata de vários possíveis casais, tanto homossexuais como heterossexuais e quase poliamorosos. Só que as cenas mais picantes talvez interessem mais à plateia LGBTQIA+.
Tentemos explicar a sinopse da história: Álex ( Carlos Cuevas – Gente que vai e Volta, Alguém tem que Morrer) acaba de sofrer um desapontamento amoroso. Ele então envia uma mensagem de voz a seu ex, só que erra o número. E a mensagem vai parar na caixa de mensagens de Bruno (Miki Esparbé – Bastardoz) . Este decide retornar a ligação e assim começam os encontros e desencontros. Não somente entre eles, mas também entre casais na família e entre os amigos.
A opinião
Parece simples e até é, mas por fim acabamos nos encontrando em situações e personagens da série. Nos pegamos sugerindo aos personagens o que fazer, dizer, etc. E, claro, o que evitar, enquanto sentimos que já fizemos ou dissemos algo semelhante. Há muito de espelho nas cenas dessa série espanhola de episódios curtos, mas mensagens que ficam conosco e nos fazem revisitar nosso passado. Nada ruim, nada talvez incômodo, mas tudo que um texto bem escrito (Guillem Clua) faz por nós. Há reflexão, um sorriso, um riso, a surpresa de recomendarmos o que não fizemos.
Barcelona é quase personagem também sob a direção ágil tanto de David Martin Porras como de Marta Pahissa. A câmera se move de acordo em uma fotografia de cores mornas e vivas. Tudo centrado em ambientes pequenos e por vezes mundanos como parecem ser os problemas de cada um dos personagens. No final das contas, Smiley é uma série que nos pede e dá esperança ao final de cada episódio. Se não queremos ser como os personagens, com certeza queremos que sejam felizes.