Nikolaj Coster-Waldau é motivo mais do que suficiente para eu ter vontade de ver um filme. Afinal, ele está nos meus Top 5, rs. E logo que Contra o Gelo estreou na Netflix eu comecei a assistir. Mas com pouco mais de 20 minutos de filme, percebi que haveria mortes de cachorros. Foi quando desisti dele. Agora, o meu amigo José Augusto Paulo o viu, e gostou bastante. Parece ser um belo e muito bem feito filme sobre uma história verdadeira. Mas não tive coragem de retomar. Abaixo, você pode ver a crítica:
Contra o Gelo
Já havia visto algumas fotos desse filme. Achei que seria daqueles de desafio contra a natureza que tem seu valor mas podem se tornar tediosos, se longos. Mas um conhecido dinamarquês recomendou que o assistisse, pois a história é bem conhecida na Dinamarca e verídica. Também fiquei curioso por se passar na Groelândia, um desses lugares do planeta que vemos pouco seja nas telas pequenas ou nas grandes. Amigos que a visitaram em 2017 juram que é mais do que gelo e mar, embora com uma população bem pequena para o tamanho do território.
A parte histórica
O filme cobre uma expedição organizada em 1909. O objetivo era tentar encontrar vestígios ou alguma documentação de uma outra expedição em 1906/08 que não retornou. E na época estava em jogo uma disputa territorial. Difícil crer nos dias de hoje em que satélites e outros mapeiam a superfície do planeta com facilidade. Mas naqueles anos os EUA insistiam que havia um canal marítimo que dividia a Groelândia em dois. Eles queriam que a parte norte lhes pertencesse enquanto que somente a parte sul seria dinamarquesa. Se considerarmos as baixíssimas temperaturas e outros desafios do território, a razão para que alguém desejasse incorporá-lo é uma grande questão. O objetivo da expedição de 1906 era a de mapear o norte da ilha e provar que tal canal não existia. Daí a expedição de 1909 para encontrar possíveis documentos da anterior.
A expedição foi liderada por Ejnar Mikkelsen, que já havia participado de outras aventuras nas regiões mais frias do planeta. Ele é feito por Nikolaj Coster-Waldau (Game of Thrones). Ele também assina a autoria do roteiro, baseado em livro do próprio Ejnar, e participa da produção. O navio de Einar, o Alabama, acaba por ficar preso no gelo e ele busca um voluntário para tentar alcançar o norte por via terrestre. Iver Iversen (Joe Cole, de Peaky Blinders) , um dos tripulantes responsável pelas máquinas do navio, é o único que se apresenta. A jornada deles constitui a maior parte do filme com todos os desafios, perigos e também beleza natural que dá ao filme suas tonalidades e nuances. Os dois acabam por passar mais tempo na Groelândia do que imaginado. E sofrem todos os efeitos do longo isolamento, sob frio constante, ataques de ursos, etc.
A Fotografia
A fotografia, como não poderia deixar de ser, é belíssima, e nem tudo é gelo nos panoramas. Maquiagem e figurinos nos deixam com aquela sensação de frio incômodo. Este, aliado a uma atuação bem pontuada, não permite que o filme se torne monótono ou que o sintamos como longo. Os momentos de suspense funcionam porque estão dentro de uma realidade aceitável. O resultado final é um filme que vale a pena assistir, não só pelo lado humano de se enfrentar a força da natureza. Mas também como uma lembrança de um outro tempo. Uma época com outros valores e expectativas que a I Guerra, em 1914, faria praticamente desaparecer.