Saoirse Ronan já foi indicada ao Oscar quatro vezes. Muitos preveem que ela poderá repetir o feito novamente por Blitz, que está disponível na Apple TV Plus. Discordo que mereça – aliás, acho que ela faz sempre o mesmo papel . E não é diferente em Blitz. Já o filme é uma bela produção, dirigida por Steve McQueen ( de Doze Anos de Escravidão), mas com um roteiro falho. Os melhores momentos acabam ficando por conta do garotinho Elliott Effernan.
A história segue o pequeno George (Elliott Heffernan). Ele é um garoto de 9 anos, cujos dias pacíficos em Londres terminam com o caos dos bombardeios. Para proteger o filho, sua mãe Rita (Saoirse Ronan) o envia para o campo inglês em busca de segurança. Determinado a retornar para Londres e reunir-se com sua mãe e seu avô Gerald (Paul Weller), George embarca em uma perigosa jornada pelo interior da Inglaterra. Enquanto isso, Rita enfrenta o desespero e a angústia de buscar seu filho desaparecido entre os escombros da cidade bombardeada.
O que achei?
Creio que McQueen quis contar muitas histórias em um único filme. Há, é claro, a situação de guerra, com os bombardeios. Mas há também a história da jovem que teve um romance com um rapaz que foi deportado, e teve um filho dele. Esse garotinho, George, tem uma aventura estilo Pinóquio, quando resolve fugir do acampamento para crianças, para voltar para casa e ficar junto da mãe e do avô (Peter Weller está irreconhecível). Essas aventuras do menino são a melhor parte do filme.
E ainda há o tópico do racismo, tanto com o que se refere a George como com relação ao seu pai. Só que isso se perde no meio de tanta coisa que acontece em Blitz. Até o coitado do Harris Dickinson, como o ex-namorado de Rita, não tem quase nada o que fazer. De qualquer maneira, a fotografia e direção de arte muito estilosas funcionam bem. No final, o filme é um daqueles esquecíveis, que não vão marcar você nem um pouco.