O Projeto Adam, com Ryan Reynolds, estreou na última sexta na Netflix. E logo se tornou o filme número 1 da empresa em visualizações. É fácil explicar. Tem Ryan, e Jennifer Garner, e Mark Ruffalo. E ainda uma história de família com muitos efeitos visuais, perseguições, e um garotinho adorável. Como pessoa normal, gostei. Como crítica (ou seja, pessoa não normal, rs), tenho minhas ressalvas.
O filme começou a ser desenvolvido em 2012, com Tom Cruise no papel principal. Mas acabou não dando certo e caindo nas mãos de Ryan Reynolds. Tudo começa já em plena ação com um piloto (Ryan Reynolds) roubando uma espaçonave no futuro. Corte para os dias de hoje. Adam Reed (Walker Scobbel) é um menino de 13 anos que ainda está de luto pela morte repentina de seu pai um ano antes. Sozinho em casa, ele encontra um piloto ferido escondido na oficina de seu pai. Logo ele descobre que esse misterioso piloto é a versão de si mesmo do futuro. Ele arriscou tudo para voltar no tempo em uma missão secreta. Juntos, eles devem embarcar em uma aventura no passado para encontrar seu pai, acertar as coisas e salvar o mundo.
O que achei de O Projeto Adam?
A gente já viu muitos filmes sobre viagem no tempo. O Projeto Adam faz referências divertidas a boa parte deles. Desde O Exterminador do Futuro, passando por De Volta para o Futuro. E até De repente, 30, com a participação de Jennifer Garner e Mark Ruffalo. Há outras inúmeras referências, até a Deadpool e Vingadores. Meu problema com o filme é que ele passa muito tempo explicando a parte técnica da história. Como a viagem no tempo se tornou uma coisa normal em 2050, e como eles tem que reverter essa situação. Os geeks podem amar, o público em geral pode ficar entediado. Além disso, vamos combinar que o “rejuvenescimento” de Catherine Keener é bem ruinzinho, hein?
Entretanto, o filme tem alguns trunfos. Tem boas cenas de ação, com perseguições e lutas. A sequência com Zoe Saldana é ótima. Tem momentos divertidos com Ryan Reynolds incorporando sua persona de fala rápida e cheio de piadinhas. Mas, na verdade, o grande achado do filme é a parte familiar da história. Há uma verdade e um sentimento em todas elas. Ryan até esquece um pouco seu Deadpool interno, e mostra algo diferente. Há belas cenas em especial dele com Jennifer Garner (a do bar é sensacional), e com Mark Ruffalo (a despedida me emocionou). Há uma única sequência entre Jennifer e Mark. Uma pena já que a química de De repente 30 continua lá firme e forte. Você fica querendo mais…
E, no final…
E claro, a química do menino Adam com o Adam adulto é sensacional. Ponto para Shawn Levy, que já dirigiu Ryan Reynolds em Free Guy, com bons resultados, e que irá fazer Deadpool 3. Ou seja, no final, com boas cenas de ação, um elenco afiado, e uma mensagem bonita, O Projeto Adam consegue superar suas pequenas falhas e se torna um filme que você vai lembrar com carinho. Ah, e não esqueça, “aproveite a vida. É mais tarde do que você pensa!”