Eu admiro George Clooney como ator. Mas gosto ainda mais de seus trabalhos como diretor. Boa noite e boa Sorte e Suburbicon principalmente são brilhantes. Por isso, estava com uma enorme perspectiva para ver O Céu da Meia-noite, que estreou na Netflix na última semana. Ele tem sido muito criticado. Mas posso dizer que filme tem alguns prós e diversos contras.
As história é adaptada do livro homônimo de Lily Brooks Dalton. O mundo está acabando. Augustine (George Clooney) é um solitário cientista no Ártico. Ele percebe que um grupo de astronautas está retornando para a Terra. E tenta tenta impedir que Sully (Felicity Jones) e seus colegas retornem em meio a uma misteriosa catástrofe mundial.
O filme acompanha a jornada de Sully, que tem que enfrentar os erros do passado, e ainda lidar com uma garotinha que foi deixada para trás. Ao mesmo tempo, acompanhamos as situações dos astronautas, que passam boa parte do tempo incomunicáveis. Com isso, não tem a menor ideia do que está acontecendo na Terra. Essa parte tem uma sequência que lembra muito Gravidade, que tinha o próprio Clooney como ator. Quase um cópia mesmo, que poderia até funcionar melhor na tela grande de um cinema. Mas o filme tem ainda outras “inspirações”. É o caso, por exemplo, de A Estrada, ou até mesmo um pouco de Ad Astra.
A crítica
O problema é que todas essas referências não fazem de O Céu da Meia-Noite um bom filme. Sim, tem uma belíssima fotografia, e tomadas de câmera superlativas. Mas não envolve. Tudo parece frio, tanto do ponto de vista de envolvimento como de temperatura. Chega a ser chato mesmo, e por vezes, deprimente. Somente a cena final traz algum envolvimento, mesmo que a resolução seja um tanto óbvia para qualquer um que já tenha visto um considerável número de filmes. Além disso, há flashbacks que pouco servem para explicar alguma coisa.
Mas é claro que há algo que vale a pena em O Céu da Meia-Noite. E isso é a atuação de George Clooney, talvez a melhor de sua carreira. Ele tirou todo as referências de charme e beleza que temos dele. Não há um momento, um só olhar, um só sorriso de lado, que entregue o ator. Ele tem também um grande química com a excelente garotinha que pouco fala, feita por Caoilinn Springall, que marca presença fortemente.
O resto do elenco inexiste. Kyle Chandler, Demian Bichir, David Oyelowo tem pouquíssimo a fazer. Já Felicity Jones entrega mais uma daquelas atuações que demonstram quase nenhuma emoção, como ela faz normalmente. Ou seja, está em perfeita sintonia com um filme que não envolve, infelizmente.