Já faz quase 100 anos que Bonnie e Clyde, um casal assaltante de bancos, fez história nos Estados Unidos. Mas a história continua a ter apelo. Chegou até a virar uma minissérie há alguns anos. Emile Hirsch e Holliday Grainger faziam os papéis principais. Ela está disponível atualmente na Claro Vídeo e no Now. Ainda não a assisti. Mas, vi recentemente o filme Estrada sem Lei, que está disponível na Netflix. Ele vê o outro lado da história, dos investigadores que conseguiram pegar os dois bandidos. Minha dica aqui então é fazer um programa duplo. O lado dos policiais de Estrada sem Lei, e o lado de Bonnie e Clyde, no clássico filme de 1967, que está na HBO Max.
Estrada sem Lei – Netflix
O filme é de 2019 e tem nos papéis principais Kevin Costner e Woody Harrelson (também produtores). Eles fazem os papéis reais de Frank Hamer e Maney Gault. Os dois policiais aposentados quando Bonnie e Clyde começam sua onda de assaltos e assassinatos. Só que o FBI e a polícia se mostram incapazes de capturar os bandidos. É quando a governadora (Kathy Bates), mesmo a contragosto, manda recrutá-los como investigadores especiais para resolver o caso.
Esse projeto vem rodando Hollywood há muito tempo. Inicialmente seria feito por Robert Redford e Paul Newman. O próprio Kevin Costner teria recusado o papel de Frank 10 anos antes porque não achava que tinha a aparência e a idade certas. Quando Liam Neeson desistiu do filme, 10 anos depois, ele finalmente o aceitou.
Com suas duas horas e 12 minutos, o filme é um pouco mais longo do que deveria. Mas, mesmo assim, mantém a atenção, com uma bela reconstituição de época. Até mesmo a cena da morte de Bonnie e Clyde foi filmada no mesmo local dos eventos reais. O filme deixa um certo gosto amargo, já que há fatores imponderáveis na história. Bonnie e Clyde eram heróis para o povo que enfrentava a grande depressão nos Estados Unidos. As cenas da chegada do carro e dos corpos na cidade é terrível. Mostra claramente como as pessoas conseguem idolatrar vilões. Triste.
Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas – HBO Max
O filme é de 1967 e foi indicado a 10 Oscars, inclusive filme, ator (Warren Beatty) e atriz (Faye Dunaway). Levou dois: atriz coadjuvante (Estelle Parsons) e fotografia. O filme custou a ser produzido. Diz a lenda que Jack Warner, o chefe do estúdio não gostava da história e dificultou bastante a viabilização do projeto. Mas, Warren Beatty, que também era produtor, lutou firmemente para concluí-lo.
O filme conta a história desde o início. Bonnie Parker (Faye Dunaway) conhece Clyde Barrow (Warren Beatty) quando ele tenta roubar o carro de sua mãe. Ele é um ex-presidiário que foi solto por bom comportamento. Atraída pelo rapaz, ela o acompanha numa carreira de crimes, assaltando bancos e roubando automóveis. Logo eles formam um bando, composto ainda por C.W. Moss (Michael J. Pollard), Buck (Gene Hackman), o irmão de Clyde recém-saído da cadeia, e Blanche (Estelle Parsons), sua mulher. Logo o quinteto ganha fama em todo o sul do país.
O filme teve vários problemas com processos, inclusive de Blanche, e da viúva de Frank Hamer (no filme vivido por Denver Pyle). Isso porque Frank, o mesmo personagem de Kevin Costner em Estrada sem Lei, é mostrado no filme como um incompetente. O caso acabou sendo resolvido fora dos tribunais. Entretanto, o filme se tornou um clássico instantâneo. Tem magníficas cenas, um elenco perfeito. E até influenciou a moda da época com os figurinos de Faye Dunaway. É um daqueles filmes obrigatórios para todos os fãs de cinema.
Curiosidade
Uma curiosidade: todo lembram daquela confusão do Oscar em 2017, certo? Quando La La Land foi anunciado como o vencedor, quando na verdade era Moonlight? Então, os responsáveis por anunciar o vencedor era Warren Beatty e Faye Dunaway, justamente como uma homenagem pelos 50 anos de Bonnie e Clyde. Rsrs, só que não deu muito certo, né?