Quando Rivais foi exibido para a imprensa, eu estava fora do país em viagem. E um dos filmes que mais fiquei triste de perder foi Rivais, de Luca Guadagnino (Me Chame pelo seu Nome). O filme, estrelado por Zendaya, demorou para chegar no streaming, mas finalmente estreou ontem na Prime Video. Vários amigos da crítica colocaram o filme entre seus destaques do ano. Entretanto eu achei que o filme é desigual, em alguns momentos realmente maçantes.
Rivais acompanha a história de Tashi (Zendaya), uma tenista prodígio que se tornou treinadora, uma força da natureza que nunca pede desculpa pelo seu jogo dentro e fora do campo. Casada com Art (Mike Faist, de West Side Story), ela conseguiu transformar a carreira do marido, saindo de um jogador medíocre para um campeão mundialmente famoso. Quando Art está tentando ultrapassar um momento difícil, onde apenas acumula derrotas, a estratégia de Tashi toma um rumo inesperado: ela convence o marido a jogar em um torneio “Challenger” – o nível mais baixo do circuito profissional. Ele terá então que enfrentar Patrick (Josh O’Connor, o Príncipe Charles de The Crown), o seu antigo melhor amigo e ex-namorado de Tashi. Patrick, que também já foi um talento promissor, agora se encontra esgotado e lentamente caminha para o fim de sua carreira. O encontro dos três pode ser capaz de reacender velhas rivalidades dentro e fora da quadra e resultar em um rumo diferente para a carreira de todos.
O que achei?
Triângulos amorosos já proporcionaram vários filmes instigantes. Especialmente porque você acaba sempre optando por um ou outro. No caso de Rivais, é pouco provável que você torça por um ou por outro. Até porque, desde o início, Tashi deixa bem claro que gostaria de ficar com os dois (minha opinião). De qualquer maneira, o grande problema é a estrutura de roteiro. As idas e vindas do tempo, que você só entende por causa dos diferentes cortes de cabelo de Zendaya, são confusos e chatos. Além disso, há cenas demais de jogos de tênis, que eu confesso que não tenho a menor paciência para assistir.
Com tudo isso, você perde qualquer possível conexão com esses personagens – e o que acontecerá com eles parece pouco importante. Tashi especialmente, é uma personagem impenetrável, difícil de saber qual será o seu caminho. E na verdade, todo os três, mesmo que passados dos 30 anos na terceira parte do filme, continuam agindo como se fossem os adolescentes da primeira parte.
É claro que há bons momentos. A cena dos três na cama é ótima e sexy. Também gosto de toda a sequência durante o furacão. Os momentos finais até conseguem transformar o tênis num jogo interessante (rs) e colocar até um certo suspense na história. Mas, até chegar nesse momento, demora demais (o filme tem infindáveis 2h11). O final também deixa tudo no ar. E vamos combinar? Uma mulher tão linda e interessante como Zendaya não iria nem olhar para aqueles dois chatos, imaturos (e feios) na vida real né? Talvez seja esse o ponto de partida dos problemas com Rivais.