Há várias séries e documentários que tenho vontade de ver, e acabo não conseguindo. Isso sempre me faz lembrar daquele número de abertura do Emmy com Andy Samberg, quando ele se fecha num bunker para ver todas as séries rsrs. Uma delas é Special, que tem uma temporada disponível na Netflix, e Jim Parsons como produtor executivo . Então, conversando com um amigo que mora na Europa, José Augusto Paulo, ele me disse que tinha gostado muito da série. Então, veja abaixo a crítica dele – me deu ainda mais vontade de ver! Special já foi renovada para uma segunda temporada.
Special
Special se tornou especial para mim por ser a primeira série que assisti na Netflix. Ao contrário da maioria dos meus amigos, eu ainda não tinha acesso às tentadoras listas de filmes, séries e documentários da firma fundada em Scotts Valley em 1997. Já havia lido vários artigos sobre suas produções e recebido recomendações de amigos sobre seus programas com uma agenda liberal, de boa qualidade e muita diversidade. Só que por anos eu assistia tantos DVDs que achava que poderia ficar sem acesso. Foi então que recebi visita de família por uns dias e fui convencido a ‘espelhar’ a Netflix deles na minha TV. Só aí compreendi o canto de sereia desse serviço midiático e seu alcance global.
A crítica
Special me foi sugerido em uma listagem da Netflix. Assisti o trailer e o achei interessante. Pesquisei um pouco mais online e decidi assistir o primeiro episódio. Gostei. Me pareceu muito original ter uma série cujo personagem principal tem paralisia cerebral, escrita pelo próprio ator. Seria como um docudrama, mas acabou sendo muito mais divertido.
Ryan O’Connell tem um excelente senso de humor e explora as situações em que vive com uma visão prática, mas por vezes também debochada, de si mesmo, do momento e das pessoas envolvidas. Inicialmente ele esconde dos colegas do novo trabalho que tem paralisia, criando então uma história de ter ficado assim depois de um acidente. Há também o fato de que Ryan é gay, e está convencido de que nenhum outro cara vai querer uma pessoa como ele, etc. Mas até as rejeições são levadas com bom humor. As tentativas de namoro nos fazem simpatizar com o personagem e entender os obstáculos que ele tem de enfrentar.
Os episódios se sucedem no projeto dele de manter a mentira do acidente, e no lidar com a mãe super protetora (Jessica Hecht, que deve ter se preparado muito bem para o papel, pois a sua atuação não está nem exagerada e nem fora do contexto). Kim Laghari (Punam Patel) me fez rir, especialmente quando descobre o segredo de Ryan. Ela tenta manter o cool da situação, mas ao mesmo tempo se identifica com ele e seus dilemas. As cenas são curtas e a câmera tem aquele movimento de docudrama, sem ângulos para impressionar, mas sim para registrar. A fotografia tem poucos matizes e somente umas poucas cores fortes cruzam o pano de fundo em tons pastel. Há momentos em que tem sabor de produção amadora, entretanto o conteúdo mantém a série interessante e assistível.