Já faz tempo que queria ver Magnatas do Crime, a série da Netflix. Ainda mais porque tem meu crush (rs), Theo James no papel principal. Só que sempre aparecia algo mais urgente (sempre assim). Aí então, meu amigo José Augusto Paulo, me disse que tinha visto e adorado não só a série, como também o filme (do qual eu nem me lembrava), que tem o mesmo título. O filme, que está na Prime Video, tem Matthew McConaughey no papel principal. José Augusto gostou de ambos , e ressalta as similaridades e diferenças do filme e da série.
Os dois Magnatas do Crime
Foi encontrar o trailer de um na Netflix e a listagem de outro na Prime Vídeo que me levou a ver que havia duas produções, ambas sob a batuta de Guy Ritchie, com o mesmo título. Uma era como filme e outra como serie, o que despertou minha curiosidade. Especialmente porque uma não era a continuação de outro, mas uma história muito parecida com alguns detalhes diferentes. Confesso que assisti a serie, mais recente, antes de assistir o filme. A ordem talvez não tenha muita importância, mas as comparações são interessantes.
Magnatas do Crime – o filme
O filme, feito antes da pandemia, conta a história de Mickey Pearson (Matthew McConaughey), um norte-americano que vai para o Reino Unido em uma bolsa de estudos. Só que ele acaba desistindo de estudar quando descobre que tem um talento para passar drogas. Assim decide expandir seu negócio para a produção de cannabis/marijuana e cria um império. Entretanto, um dia resolve vendê-lo para ter uma vida talvez mais tranquila ao lado da esposa Rosalind (Michelle Dockery, que fala com um sotaque que lembra mais Essex, aonde nasceu, do que as platitudes de Downton Abbey). Nesse processo, que ele tenta fazer discretamente, o jogo de interesses se torna mais violento. A disputa cria o mistério de quem estaria divulgando a informação e cria ainda mais problemas. A ação acontece praticamente o tempo todo.
Guy Ritchie faz uma certa homenagem a filmes como Caçada na Noite. A história não é tão fácil de seguir, mas tudo é feito com muito cuidado no design e look final (até os moletons da gang dos Toddlers foram feitos individualmente para cada um dos membros – elegância até na suposta deselegância). Mas também se nota que o ritmo é um pouco intenso, como se houvesse pressa em contar a estória.
Já li que isto foi um dos fatores que levou Ritchie a desenvolver a série. Afinal, com isso incluiria mais personagens, mais enredo, em um ritmo mais, digamos, britânico. E assim surgiu Magnatas do Crime, a série.
Magnatas do Crime – a série
Na série, o oficial do Exército Eddie Horniman (Theo James) é chamado de volta ao Reino Unido pois seu pai está muito doente e vem a falecer. Na leitura do testamento ficamos cientes de que o título de Duque do pai passará não para o irritante e inconveniente filho mais velho Freddy (Daniel Ings), mas para Eddie, assim como as dívidas da propriedade, entre outras coisas.
No processo de verificar o que herdou, Eddie recebe a notícia da bela Susie Glass (Kaya Scodelario) de que no subsolo de suas terras existe uma plantação industrial de cannabis/marijuana. No filme a produção surge como uma ideia, mas na serie ela já existe. Parte do negócio tem a gerência de Susan e de seu irmão, Jack (Harry Goodwins) enquanto o pai esta na prisão (que mais parece um spa campestre de luxo). Quanto mais Eddie deseja remover a produção de suas terras, mais envolvido ele se torna com aspectos de crime em vários níveis.
A serie é elegante, fácil de assistir, apesar da violência, com atuações marcantes, como no filme. A direção nos parece cuidadosa em ambos, mas a série tem mais finesse no produto final. Além disso, tem mais uso de tecnologia e mais variedade de cenas. A fotografia é no ponto tanto no filme como na série, embora use e abuse bem de tons mais escuros, elegantes e harmoniosos na última. O enredo muda um pouco de um para outro. Por exemplo, Eddie não é casado como Mickey. E ainda, no filme, os Lords são mais personagens secundários, enquanto na série um Duque lidera a ação. Mas os elementos básicos são os mesmos.
Algumas diferenças
A trilha sonora também marca uma diferença entre as duas produções. No filme, ela tem um ritmo rápido, pulsante, com muita percussão, típico de filme de ação. Já na série, ela é mais refinada. Tem algumas peças clássicas de coral e outras mais modernas, algo como que refletindo os espaços amplos da mansão do Duque, os clubes aristocráticos, a elegância constante. Eu achei a trilha da série muito bela, um toque de verniz sobre uma produção caprichada.
Se puder assistir ambos, o faça, pois são um bom divertimento garantido, tanto um quanto o outro.