Continuando minha busca por filmes pouco conhecidos da Netflix, acabei me deparando com uma pequena joia chamada O Último Vice-rei. É interessante porque só consegui chegar nele após uma busca pelo nome de Gillian Anderson, uma atriz que eu adoro. Tudo que vejo com ela vale a pena. O poster colorido, o nome de Hugh Bonneville (Downton Abbey), além de contar um fato histórico do qual tinha pouco conhecimento (a divisão da Índia pós II Guerra), também me deixaram com vontade de assistir. E que boa surpresa depois de ter tentado, e assistido filmes que não gostei como O Mistério da Cidade Branca, Entre Realidades e O Poço.
A história de O Último Vice-Rei se passa em 1947 em Nova Delhi. A India estava sob o domínio britânico, mas isso estava para mudar. O Lorde Mountbatten acabou de ser escolhido como o último vice-rei do país. Ele terá a difícil tarefa de supervisionar a transição do país para a independência. O lorde, conhecido pelos íntimos como Dickie, chega com sua esposa liberal, Edwina, e a filha de 18 anos (Lily Travers). Só que há muito que considerar, especialmente a divisão das etnias, e, é claro, todos os interesses políticos. Paralelamente, há também a história de amor impossível de dois de seus empregados, Jeet Kumar (Manish Dayal, de The Resident), que é hindu, and Aalia Noor (Huma Qureshi), que é muçulmana.
A crítica
O início se parece com o começo de temporada de Downton Abbey. Os empregados estão arrumando e cuidando de todos os detalhes para receber o vice-rei e sua família, que vem substituir o anterior. A produção é de primeira linha, filmada em locações onde tudo realmente aconteceu. Alterna ainda, também como em Downton, a parte dos ricos, e de seus empregados. Mistura história real – a divisão da Índia, que criou o Paquistão -, com a ficção – o casal de empregados com seu amor impossível.
Tudo funciona bem. Tanto a história de amor, que é previsível, como a parte mais interessante, o conflito político. Confesso que não conhecia essa parte da história. É revoltante, como todas essas decisões políticas que pouco levam em conta o que o povo precisa ou deseja. Nos papel do vice-rei, Hugh Bonneville está muito talvez demais – parecido com seu personagem de Downton Abbey. Já Gillian Anderson dá um show como Edwina. Fui pesquisar fotos e vídeos da verdadeira, e é incrível como a expressão corporal, o jeito, tudo é igual. Uma grande criação da atriz. Aliás, você sabia que ela tinha sido a primeira escolha para fazer lady Cora de Downton Abbey, ao lado de Hugh? Ela recusou, e o papel acabou ficando com Elizabeth McGovern.
E na história real…
E para quem quer saber um pouco mais do destino dos personagens reais, diz a lenda que Edwina e Dickie tinham um casamento aberto. Ela inclusive teria tido um caso com o ministro Nehru. No filme, fica implícito um certo clima entre os dois. Ela morreu em 1960. Já Dickie, junto com outras três pessoas, incluindo seu neto Nicholas, foi assassinado em 1979 pelo IRA -Exército Republicano Irlandês, que havia colocado uma bomba em seu barco de pesca, o Shadow V.