Entre Facas e Segredos ficou entre os meus Top 3 do ano quando foi lançado nos cinemas. Era uma homenagem divertida e moderna ao estilo de Agatha Christie. Dessa forma, fiquei bem entusiasmada quando soube que a Netflix havia adquirido os direitos da sequência. Daniel Craig retornaria como o detetive Benoit Blanc, com um novo elenco todo novo. Glass Onion: Um Mistério Knives Out estreou nessa sexta na Netflix, com pompa e circunstância. E as primeiras coisas que ouvi falar eram extremamente positivas. Inclusive o filme ficou com mais de 90 % de aprovação no Rotten Tomatoes. Só que para mim faltou muito – muito mesmo – para ficar no nível do primeiro filme.
Benoit Blanc retorna à ativa, agora para desvendar outro caso, tão peculiar quanto o primeiro. Nesta nova aventura, Benoit se encontra em uma luxuosa propriedade privada em uma ilha grega. Mas como e por que ele chegou lá é apenas o primeiro de muitos quebra-cabeças. Isso além do fato peculiar de que ele foi convidado também. Blanc logo conhece um grupo de amigos reunidos a convite do bilionário Miles Bron para sua reunião anual. Só que como em todos os melhores mistérios de assassinato, cada personagem guarda seus próprios segredos, mentiras e motivações. E quando alguém aparece morto, todos são suspeitos.
A crítica
Entre Facas e Segredos tinha um roteiro redondinho. Deixava você extremamente curioso para saber qual seria o próximo passo para desvendar a morte de Harlan Coben. Infelizmente Glass Onion não tem essa mesma destreza. O início é extremamente lento. Demora uma hora (da 2h10) até que alguma coisa interessante aconteça, no caso, o assassinato de um dos presentes. Confesso que tive que ver em duas “sentadas” pois dormi no meio. Os flashbacks retomam cenas já vistas de um outro ponto de vista, quando ainda não sabíamos uma das revelações. Mas, no final, você já está tão cansado desses personagens que fica a sensação de enfado.
Mas, claro, há um pouco de humor aqui e ali. Isso acaba deixando a coisa um pouco mais suportável. E ainda algumas aparições surpresa de gente como Hugh Grant e Serena Williams. E ainda um monte de referências, como piadas, a astros como Jared Leto e Jeremy Renner. O elenco é sensacional. Kate Hudson é sempre ótima, assim como Edward Norton. Janelle Monae funciona muito bem como a personagem principal. E Daniel Craig parece se divertir horrores fazendo sua versão modernizada de Hercule Poirot. Mas, na minha opinião, nem isso salva, com mudanças na linha narrativa feitas para chocar – e fazer o público rir. Só que, no meu caso, só resultou num suspiro de enfado.
E no final, por que não traduziram o título para Cebola de Vidro? Pouco glamuroso talvez? Rsrs.