Boa parte das vezes resolvo assistir um filme por causa de seu elenco. Então, quando vi na Netflix um filme com Mark Wahlberg, Russell Crowe, Catherine Zeta-Jones, Barry Pepper, Kyle Chandler e Jeffrey Wright, não podia deixar de ver, né? Linha de Ação é uma produção de 2013, e fala sobre os bastidores de uma campanha política. Têm assassinato, traição, numa linha de roteiro que relembra os film noir da década de 40.
A história
Tudo começa com o momento em que o policial Billy Taggart Mark Wahlberg) é julgado por um crime e cai em desgraça na corporação, tendo que abandoná-la. Sete anos se passam , e Billy, agora um detetive particular, é chamado por Nicholas Hostetler (Russell Crowe), o prefeito de Nova York. Nicholas está no meio de uma campanha para a reeleição, que acontecerá dentro de alguns dias. Ele contrata Billy para investigar quem é o amante de sua esposa (Catherine Zeta-Jones). O político tem medo de que esta informação torne-se pública, sujando sua imagem e fazendo com que ele perca eleitores. Mesmo achando que há um problema nessa história, Billy aceita a tarefa pelo dinheiro prometido. Só que logo ele descobre que Nicholas tem outras intenções por trás dessa investigação.
A crítica
O roteiro tem todos os ingredientes de um film noir, gênero que eu adoro. O detetive amargurado, o político com intenções dúbias, a mulher fatal, a assistente obviamente apaixonada pelo chefe, todo mundo não sendo aquilo que parece. Mas infelizmente, Linha de Ação não cumpre o que poderia ter sido um filme homenagem ao gênero. É provável que todo esse elenco all star tenha se sentido atraído por essa possibilidade quando recebeu o roteiro. Infelizmente a direção de Allen Hughes (da dupla que dirigiu O Livro de Eli), faz um filme normal, quase um TV movie, sem grande arroubos de imaginação.
Além disso, há idas e vindas demais, o que acaba provocando o desinteresse num determinado momento. Não ajuda o fato que o ator principal é Mark Wahlberg, que já era o produtor, e quando Michael Fassbender recusou o papel do detetive, entrou também como ator. Em algumas ocasiões filmes, a persona de Wahlberg até funciona, mas em geral ele faz sempre o mesmo personagem, antipático, mal humorado, difícil de provocar empatia. Ele só funciona quando tira sarro de si mesmo, como em Pai em Dose Dupla. Com isso, os destaques acabam sendo Russell Crowe, que tem um persoangem mais bem definido, e Catherine Zeta-Jones que, apesar de ter poucas cenas, tira o melhor delas, como uma legítima femme fatale de film noir.
No final, Linha de Ação pode agradar a muitos. Para mim, ficou uma sensação de oportunidade perdida. Com alguns bons momentos, mas um todo que deixou a desejar. Mas pelo menos, foi a oportunidade de ver um bom elenco…