O que me chamou a atenção em Tempestade Infinita, da HBO Max, foi a presença de Naomi Watts. Ela é sempre excelente, mostra suas rugas, e não tem medo de usar seu corpo (e energia) a serviço de um personagem. Assim como nos recentes A Hora do desespero e Um Milagre Inesperado, aqui ela também é uma mulher solitária, que tem que enfrentar uma situação que vai mudar sua vida. Já aviso que o filme é lento, e não é definitivamente para todos os gostos, mas pelo menos para mim, valeu a pena.
Tempestade Infinita é baseado em uma improvável história real. Pam Bales é uma alpinista experiente que trabalha no resgate de alpinistas no Monte Washington. Ampla conhecedora do local, ela decide voltar antes do cume porque uma tempestade se aproxima. Mas na descida, ela encontra um homem solitário, perdido e inexperiente, e praticamente congelado. Pam faz o possível para ajudar o homem, que ela chama de John, mas ela não ajuda. O progresso é difícil, a noite cai e a tempestade se aproxima perigosamente. Para sobreviver, é uma verdadeira corrida contra o tempo para essa dupla improvisada.
O que achei?
Trata-se de um daqueles filmes de uma mulher contra a natureza. Caso de Livre ou até mesmo Gravidade. Acompanhamos o caminho de Pam rumo á montanha desde a hora do seu café da manhã até cada um dos momentos de sua difícil escalada. Ou seja, o filme passa boa parte desse caminho sem diálogos, somente com Naomi caminhando por lugares lindos e obviamente congelantes. Até o momento em que ela encontra o rapaz quase congelado.
Há momentos que é até difícil acreditar que a história é real, já que o cara – o John – já deveria estar congelado, ou perdido os dedos – quando Pam o encontra. Entretanto, além de ser um filme sobre um resgate, é também sobre perseverança e sobre como enfrentar seus medos e suas culpas. Tudo com uma fotografia belíssima, num ambiente congelante e grandioso.