Eu confesso que já esperava o pior. Mas nem tanto, rsrs. Eu admiro muito o trabalho dos irmãos Russo e adoro Millie Bobby Brown, mas The Electric State, que estreou esse fim de semana na Netflix, é um desastre total. Millie até esteve no Brasil este fim de semana para promover o filme, mas, coitada, ela é tão mal aproveitada na história que dá até dó.
The Electric State se passa numa realidade alternativa e retro futurista da década de 90 na qual robôs conscientes convivem entre os humanos. A história acompanha Michelle (Millie Bobby Brown), uma adolescente órfã, Num dia, ela recebe a visita de Cosmo, um robô meigo e misterioso, que a jovem acredita ser controlado por Christopher, seu irmão mais novo considerado morto. Determinada a saber a verdade sobre o irmão, Michelle parte numa aventura pelo oeste americano com Cosmo. E no caminho, juntam-se a eles o contrabandista e andarilho Keats (Chris Pratt) e seu robô parceiro e sarcástico Herman (voz original de Anthony Mackie).
O que achei?
A história se baseia numa graphic novel de Simon Stålenhag. Os irmãos Russo compraram os direitos antes dela ser publicada. A princípio, Andy Muschietti iria dirigir. Mas aí Muschietti ficou indisponível, e os irmãos Russo resolveram assumir a história. O vilão da história é o sempre ótimo Stanley Tucci, e o filme ainda tem participações de Ke Huy Quan (substituindo Michelle Yeoh), Giancarlo Esposito, Jason Alexander e Holly Hunter (com uma única cena). E ainda há aqueles que fazem as vozes originais dos robôs, como Woody Harrelson, Colman Domingo, Hank Azaria, Brian Cox, Jenny Slate, entre outros. A minha sensação é que esse povo todo concordou para “ficar bem” com os poderosos irmãos Russo.
Porque a história é confusa demais, isso sem contar que parte de uma premissa ridícula. Os robôs fofinhos estilo anos 50 obviamente não querem guerra com ninguém. E o filme nem se assume como uma comédia, o que poderia ser uma boa saída. Há algumas poucas tentativas, a maioria por parte de Chris Pratt, que faz o mesmo de sempre. Mas é claro que o mundo criado pelos diretores é muito bem construído (apesar de um tanto dark, na minha opinião). Em vários momentos chegou a me lembrar Círculo de Fogo. O absurdo da história é que os irmãos Russo tinham 320 milhões para fazer isso (um dos filmes mais caros da história). Com isso tudo na mão, poderiam ter feito pelo menos um filme razoável para assistir, né?
