Sempre falo por aqui sobre o desespero que dá por não conseguir ver tudo o que quero no streaming. Só que no final gente tem que aprender a relaxar porque é simplesmente impossível conseguir assistir tudo o que se quer. Um dos filmes que queria ver é Do Zero ao Eu Te Amo, que está disponível na Looke. Não consegui, claro. Mas meu amigo José Augusto Paulo assistiu lá na Europa. A crítica dele está aqui.
Do Zero ao Eu te Amo
Por vezes a sugestões da listas de streaming se tornam tão constantes que aguça a curiosidade. E foi assim que optei por assistir De Zero ao Eu te Amo. E agora entendo que, por vezes, os algoritmos tambem se enganam, dado que com seus prós e contras, não é de todo o tipo de filme que gosto de assistir. Mas faz pensar, quase de uma forma inversa ao que discute. Também tem algumas boas atuações, apesar de uma direção errática e sem intuição para trilha musical. Não me arrependi de assisti-lo. Nem desisti logo no começo o que sempre é bom sinal.
Leio que o filme deveria ser sobre Peter (Darryl Stephens) que notoriamente evita intimidade e um relacionamento constante. Assim parece se concentrar em homens casados e portanto indisponíveis. Só que um dia ele encontra alguém (Scott Bailey) por quem realmente se apaixona. Já aviso que para mim, o filme foi mais sobre duas visões distintas, heterossexual e homossexual, de como desperdiçar o que muitos querem e não alcançam. Ou seja, um lar harmonioso com todas as comodidades, uma pessoa que se ama, amigos, e todos os outros detalhes que muitos almejam.
A opinião
O filme quase parece se concentrar nas formas em que esse ‘jogar fora todo o conquistado’ pode ocorrer, e não nos detalhes dos traumas que causa. Especialmente na forma como algo que, por vezes tentamos evitar, cresce mais do que deveria. E com isso, nos surpreende na importância que ganha em nossas vidas sem nunca termos planejado que assim fosse. O titulo do filme mais ou menos se refere a isso, entretanto é pronunciado somente quase no final.
Pessoalmente acredito que não se pode construir um relacionamento feliz em cima das ruinas de um que acabamos de destruir, como o desfecho da série Looking parece comprovar. Só que o escritor/diretor (Doug Spearman), com mais experiência de ator, parece discordar. Talvez seja algo autobiográfico, quem sabe?
As situações do filme tem seu valor dramático e o texto por vezes as eleva. Há vários diálogos que parecem interminados, conflitos que parecem evaporar antes de atingir seu ápice. E ainda uma câmera que se move com pouca imaginação, uma fotografia que não explora muito texturas e cores. Isso sem contar uma trilha sonora que parece ter sido feito em uma garagem num fim de semana. Porém, eu assisti De Zero ao Eu te Amo até o final. Não só porque queria saber como acabaria (quase um duelo imaginário com o diretor) como também porque alguns personagens me cativaram.
A história em si, se já não vimos em outros filmes ou livros, ou mesmo presenciamos na vida real, acontece muito e de várias formas. O certo é que no final não achei o filme ruim, mas poderia ter sido muito melhor. Talvez por questão de orçamento (a ação parece ocorrer no estado de Nova York enquanto que as filmagens parecem ter sido feitas na California). Ambos os atores estiveram no elenco de vários filmes B. Talvez este seja mais um. O interessante é que as listagem de streaming querem mostrá- lo de outra maneira. De qualquer forma, assista se tiver tempo e chance.